domingo, setembro 28, 2008

Evanescence

As portas abertas e as dores - 22/04/2007


Sábado, 22 de
abril de 2007, estádio Palestra Itália, SP


originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/

Por MM
Como sofre essa Amy Lee...



A banda esperou, esperou e esperou (até demais) mas finalmente o Evanescence, liderado pela vocalista Amy Lee, aportou em terras brasileiras para um total de quatro shows, Porto Alegre, Curitiba, São Paulo e Rio de Janeiro.

Um pouco de história. O embrião do Evanescence surgiu quando em 1994, o guitarrista Ben Moody e a vocalista Amy Lee, com 14 e 13 anos respectivamente, se conheceram em um acampamento para jovens. Ben viu Amy tocando piano e cantando, e depois de um xavequinho qualquer, resolveram que montariam uma banda. Aí aconteceu tudo aquilo que acontece com todas as bandas. Tocaram nuns inferninhos, gravaram demos e o EP de nome “Origin” em 2000 (onde está registrada a música “My Immortal”). Correram atrás até o sucesso chegar junto com o primeiro álbum oficial, “Fallen”, que só foi lançado em 2003. Nesta época a banda contava com Amy Lee, Rocky Gray (bateria), John LeCompt (guitarra), David Hodges (baixo) que ficou pouco tempo e nem saiu em turnê sendo substituído por Willian Boyd e Ben Moody (guitarra). Este álbum vendeu 14 milhões de cópias, rendendo até 2 Grammys à banda.


No final de 2003, Ben Moody cansou da brincadeira e decidiu dar área sem mais nem menos, deixando Amy Lee muito puta da vida, afinal, a banda estava engrenada e perdia o seu principal guitarrista e compositor. Reza a lenda que rolou um aprochego entre os dois, o que deve ter deixado a Amy mais puta ainda. Hoje ela costuma dizer que nunca mais vai trabalhar com o cara (tô de mal). No lugar de Ben, entrou Terry Balsamo.

Aí em julho de 2006, o baixista Willian Boyd também resolveu sair fora, sendo substituído por Tim McCord. Essa formação ficou e segue até hoje.


Vamos ao show
Apesar de muito esperado pelos fãs brasileiras, as apresentações da banda no país não tiveram lotação esgotada em nenhuma cidade*.

Em Porto Alegre, foram somente 8 mil pessoas. Em São Paulo, somente 25 mil do total de 35 mil ingressos foram vendidos.

Desde o dia 9 de abril, alguns fãs mais afoitos acampavam às portas do Parque Antarctica na esperança de ficar mais perto da banda. Rolaram alguns percalços no caminho, inclusive o fato de uma fã ter sofrido um atropelamento na porta do estádio. Coisas...


Duas bandas de abertura, ambas vaiadas nos shows anteriores. Não posso dizer nada delas, pois não cheguei no local a tempo de conferir.

Ao entrar no estádio pude confirmar o que já esperava: O Parque Antarctica estava vazio. O único setor que parecia estar completamente tomado era o das cadeiras cobertas. Pista e arquibancada geral estavam tranqüilas. (Cambistas vendiam ingressos a 60 reais, metade do preço original). Pude ficar a alguns metros do palco, sem empurra-empurra e nem precisei dormir na porta do estádio, mas enfim...

A montagem do palco do Evanescence começou por volta das 20h30. Uma grande cortina preta e branca foi fechada, escondendo alguns detalhes. O curioso aqui é que neste estádio, absolutamente nada pode ser preto e branco... será que a Amy pagou uma multa?

A arquibancada fazia um barulho infernal a qualquer movimentação no palco. Enquanto os instrumentos eram afinados e ligados, o pessoal gritava, cantava, urrava... nem a fraca chuva que insistia em cair desanimava essa galera. Galera composta em sua maior parte por meninas com trajes negros. Algumas acompanhadas do pai ou irmão mais velho.

Exatamente as 20h59, as luzes se apagaram, as cortinas se abriram e a banda iniciou o show com “Sweet Sacrifice”, do recém-lançado “The Open Door”. Seria a primeira das diversas músicas estilo “meu mundo caiu” de Amy Lee. Ela é esperta, sofre por amor como todos, mas ao invés de se trancar no quarto, escreve músicas que são instantaneamente consumidas.

“ Um dia eu esquecerei o seu nome e um doce dia, você estará afogado na minha dor perdida” – trecho de Sweet Sacrifice



O palco não gera grandes impactos. Só um painel atrás do baterista com o símbolo da banda (um grande “E” estilizado) e dois pequenos painéis de cada lado. Há também um telão de cada lado, possibilitando uma visão tranqüila. O som está baixo, e olha que estou a poucos metros das caixas de som.

O show segue, e na terceira música, o primeiro grande hit “Going Under”. A galera, em sua maior parte formada por adolescentes, canta do início ao fim. Amy Lee dá boa noite, agradece a todos e diz que é tudo por causa dos fãs, os fãs que pediram, choraram e gritaram, e por isso eles estão no Brasil. Diz que é uma honra.

“Vou te contar o que tenho feito por você
Já chorei 50 mil lágrimas,
gritando, enganando, e sagrando por você
E, ainda sim, você não me ouve...” - Trecho de Going Under

Durante a semana, os fãs armaram surpresas para o show, uma delas foram as bexigas brancas que apareceram durante a música “Lithium”, o atual som que está sendo tocado nas rádios. Com o piano no centro do palco, Amy Lee parece se surpreender com a manifestação da platéia.


“Venha para a cama, não me faça dormir sozinha
não consegui esconder o vazio que você mostrou
nunca quis que fosse tão frio
apenas não bebeu o suficiente para dizer que me ama” – Trecho de Lithium


Muita gente acha que o Evanescence é uma cópia descarada do Nightwish (que compareceu ao show em algumas camisetas), que a banda não tem atitude, que é um produto fabricado.
Tudo isso pode ser verdade, mas o talento vocal de Amy Lee tem de ser reconhecido. Sua voz é realmente forte e faz frente pesada ás guitarras do resto da banda.

O resto da banda... nenhum dos outros membros do Evanescence se destaca durante o show. Cada um faz a sua parte sem muitas firulas. Não há solos longos, virtuosismo, performances, nada, nada. E os telões do Parque Antarctica contribuem para isso... de vez em quando mostram o baterista Rocky Gray e só. É Amy Lee o tempo todo. E aproveitando, falemos dela.


Um pouquinho acima do peso (Não há nada sexy em pele e osso. você tem de ter alguma carne. – disse ela certa vez), cabelos ora presos ora soltos e com pouca maquiagem emoldurando os belos olhos verdes, ela faz seu show particular balançando os braços, rodando em seu vestido cor de vinho e soltando um ou outro sorriso para as câmeras. Não chega a agitar muito, mas é suficiente para os fãs de verdade. Conversa um pouco e manda muitos “obrigada”.

Antes da execução de “Tourniquet”, ela pergunta quem fala inglês. Obviamente quase todos levantam os braços e gritam dizendo que sim. Ela diz um “Thanks God” e pede que ao contar até 3, todos dêem dois passos atrás, sem explicar porque. E mais uma vez, obviamente, nem todo mundo entende. Ela tenta de novo, e de novo, até que alguns se movem e ela se dá por satisfeita.

Outro momento de explosão da platéia vem em “Call me when you´re sober”, também do disco novo cantada do começo ao fim. A banda insiste em dizer que as suas letras não são necessariamente tristes, mas que mostram um outro lado, que tudo pode começar outra vez. Veja um fragmento de “Call me...” e tire suas conclusões.


“Você nunca me liga quando está sóbrio
Você só quer, porque acabou, acabou
Como eu pude queimar o paraíso?
Como pude? Você nunca foi meu”


Outro grande hit do disco anterior, “Bring me to life” , que na versão original tem duas partes cantadas por Ben Moody. No show, o guitarrista Terry Balsamo não faz questão de participar e só vai ao microfone em alguns momentos.

O show segue, Amy Lee anuncia que irão tocar somente mais algumas músicas. Após “Lacrymosa”, a galera tinha preparado outra surpresa, cantar uma música da banda, mas não houve tempo e nem sincronismo. Amy Lee surgiu ao piano e a introdução de “My Immortal” ecoou nas caixas de som. Desnecessário dizer que os celulares se acenderam e ela quase não precisou cantar. O coro da platéia feminina, presente em todo o show, mostrou ao que veio. Amy Lee entendeu e deixou alguns versos por conta das fãs. No dvd “Anywhere but home” gravado ao vivo em um show em Paris, nas cenas de bastidores durante esta música, os outros
integrantes da banda ficam fazendo graça e imitando os trejeitos de Amy enquanto ela está ao piano tocando e a platéia se descabelando. Os caras tem que se divertir não é?


“Eu não posso mudar quem eu sou
Não desta vez, eu não irei mentir para manter você perto de mim
nesta curta vida, não há tempo pra perder desperdiçando
meu amor não foi o suficiente” – trecho de Lacrymosa

A última música, “Your Star”, também é do último disco. Amy Lee agradece, sai do palco. O guitarrista Terry joga umas palhetas, brinca com a platéia. O baterista Rocky manda umas baquetas e é só. Acabou o show. Tão simples que eu ainda fiquei parado esperando algo acontecer. E então entrou a equipe para desmontar o palco.
The End.


Enfim, acho que foi um show que agradou somente quem realmente é fã da banda (fã perfil Iron Maiden, manjam?). Durante 1h20, eu assisti mas não me empolguei nem um pouco. Talvez eu esteja ficando velho, talvez o Evanescence tenha demorado a vir ao Brasil, talvez as duas coisas. Morno, quase frio. Acho que eu preferia os discos anteriores. Mas ok, eu não tinha nada pra fazer mesmo...


Na saída, caminhando pela avenida Francisco Matarazzo em direção ao estacionamento, sou abordado por um taxista que pergunta: “ O show já acabou?”. Olhei bem pra ele e respondi: “ Pra falar a verdade... acho que nem começou...”.
Ele não deve ter entendido nada...


Set list

1. "Sweet Sacrifice" ("The Open Door")
2. "Weight of the World" ("The Open Door")
3. "Going under" ("Fallen")
4. "The only One" ("The Open Door")
5. "Lithium" ("The Open Door")
6. "Good Enough" ("The Open Door")
7. "Haunted" ("Fallen")
8. "Tourniquet" ("Fallen")
9. "Call me When You´e Sober" ("The Open Door")
10. "Imaginary" ("Fallen")
11. "Bring me to Life" ("Fallen")
12. "Whisper" ("Fallen")
13. "All That I'm Living for" ("The Open Door")
14. "Lacrymosa" ("The Open Door")
15. "My Immortal" (Fallen)
16. "Your Star" (The Open Door)

*Nota da Redação – Este review foi escrito no domingo, 23 a tarde. Quem sabe o público carioca faça um milagre.


MM tem 29 anos e prefere se arrepender das coisas que faz do que daquelas que não faz.

B. B. King

Let the good times roll... The King of the Blues!!!!

originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/

Por MM

Antes de tudo, uma apresentação para todos se situarem*

O guitarrista de blues-rock que entraria para a história como B. B. King nasceu Riley B. King, em Itta Bena, vilarejo localizado às margens do delta do rio Mississipi. Nascido no berço do Blues não era de se estranhar que o jovem King se interessasse por música, carreira que era muito mais proveitosa à época do que colher algodão, única alternativa restante. Desde a infância se interessou por blues, country, gospel e jazz.

O responsável por introduzir King no mundo artístico foi seu primo Bukka White, guitarrista de blues profissional em Memphis em meados da década de 40. Em pouco tempo B. B. King se mudaria definitivamente para Memphis, passando a se apresentar nas rádios locais e conquistando uma boa audiência entre os ouvintes negros. Nessas apresentações em rádio (na realidade shows ao vivo transmitidos) ganhou o apelido de Beale Street Blues Boy, mais tarde abreviado para Blues Boy King e finalmente B. B. King.

Em 1949 gravou suas primeiras faixas em vinil. Durante o início dos anos 50 foi produzido por ninguém menos que Sam Philips, até então um produtor medíocre. Em 1951 conseguiu pela primeira vez sucesso nacional nas paradas de r&b com a música Three O'Clock Blues. Aproveitando a boa repercussão montou a banda Beale Streeters (com o vocalista Bobby Bland, o pianista Johnny Ace e o baterista Earl Forest).

Conta a lenda que nesta turnê a sua lendária guitarra Lucille foi batizada. Após arriscar a vida para salvar a guitarra de um incêndio em um bar em Arkansas, King chegou à conclusão que algo tão importante para ele não podia ficar sem um nome. Ao contrário do que se pensa, porém, Lucille não é apenas uma guitarra, mas várias, que ele trata como uma só.

Durante as últimas décadas o estilo de King praticamente não mudou. Foi um dos poucos artistas de blues (senão o único) a conseguir manter-se em evidência durante tantos anos sem tornar seu som comercial. Continua tocando para platéias pequenas, com a mesma paixão de sempre, simpático com os fãs e respeitado por qualquer guitarrista de blues ou rock que se preze.

Ok, agora você sabe de quem vamos falar. Como diz o mestre de cerimônias no show:

“Ladys and Gentleman... The King of The Blues : BB KING!!!!!”


Domingo, 3 de dezembro
de 2006, Via Funchal – São Paulo


Blues... será aquela música de tiozinhos que insistem em tomar whisky quente (caubói) em ambientes enfumaçados, sempre tendo um negão chamado “Charlie” ao piano?

Talvez sim, talvez não. O fato é que os anunciados últimos shows no Brasil da turnê mundial de despedida “The Farewell Tour” tiveram lotação esgotada. Só em SP foram quatro apresentações, sendo uma beneficente e mais três no Via Funchal.
A última, na segunda-feira dia 4, foi marcada de última hora devido à grande procura. BB King tocaria ainda no Rio de Janeiro e em Curitiba.

A apresentação beneficente foi na casa Bourbon Street, reduto de blues em SP que foi inaugurado em 1993, com um show de quem?? Sim, dele, BB King. Alguns lugares foram leiloados e chegaram no valor de pouco mais de 4 mil reais!

Ok, chega de números e vamos ao show:
Com atraso de 40 minutos, entra a banda que começa fazendo um número de blues.
Cada um dos integrantes (metais, baixo, guitarra, teclados e bateria) tem o seu momento de fazer solo. Parece uma jam session. Os integrantes da metaleira ficam passeando pelo palco, sentindo o clima, estalando os dedos. Isto tudo dura por volta de 20 minutos. São de certa forma, regidos pelo “band leader” Bugaloo, o trompetista. Um negrão gordo, metido a dançarino que é uma figura e está na banda há 27 anos.

Até que outro integrante da metaleira, vem ao microfone no centro do palco, diz algumas palavras com um sotaque dificílimo (ao menos para mim) de entender, e chama ele, o rei do Blues.

BB King já passou dos 80 anos. Tem diabetes, a qual já levou sua sensibilidade da ponta dos dedos. Tem dores nas costas e por tudo isso, caminha muito devagar. Sua entrada ao pouco causa uma comoção na platéia de tal forma, que creio que não precisava mais nada. Só o fato deste camarada estar ali presente já é um show. Ele agradece, faz reverência ao público. Se acomoda, recebe sua “Lucille” de seu fiel escudeiro Bugaloo e inicia o show fazendo algo que muitos não gostam: falando muito. Pede desculpas pelo idioma, diz que não está bem das costas, dos joelhos e nem da cabeça, por isso vai tocar sentado.


Daqui pra frente, temos aproximadamente uma hora e meia de um verdadeiro show. BB King conversa muito, muito mesmo. Ao final de cada música, sempre agradece. Diz um “obrigado” carregado, lembrando que essa é a única palavra que aprendeu no nosso idioma, mas que ainda diz com um sotaque de Mississipi. Toca sua guitarra de forma econômica, ligando e desligando várias vezes, dando a oportunidade de todos na banda fazerem seus solos e brilharem juntos. Coisa de quem sabe que não precisa provar nada para ninguém.

Na apresentação da metaleira, cada um dos integrantes, na sua vez, dança no palco divertindo muito a platéia. Ao apresentar o guitarrista, BB King chama-o de “young man” causando uma reação engraçadíssima no resto da banda. Todos gritam, fazem protestos, jogam toalhas no chão e tal. BB King olha para a platéia com ar de “como esses caras são chatos” e diz que comparado a ele mesmo, todos na banda são garotos.

Um momento marcante nos seus shows: Após apresentar a banda, empunha sua Gibson
no alto, dá um beijo carinhoso nela e diz: Esta é Lucille, minha guitarra! Alguns aplaudem de pé...

Diz que tem 81 anos de idade, 60 de carreira, e que as pessoas se surpreendem ao saberem a sua idade. Comenta que está bem devido aos bons médicos que o acompanham, o Dr Viagra, a Dra. Cialis e o Dr. Levitra. Espera as risadas da platéia e fala que quando nós chegarmos aos 80 anos, também precisaremos consultar esses doutores.

Mesmo falando muito, é constantemente interrompido pelos aplausos da platéia. Ao final de cada frase, é muito saudado por todos os presentes.

Sua conhecida faceta de galanteador tem grande participação no show. Diz que as mulheres são a inspiração de Deus na Terra. Que todas são bonitas, e algumas são lindas. Brinca com alguns casais na platéia, diz para os homens fazerem aquela cara de “cachorrinho perdido na chuva” cantarem e dedicarem a canção “I’m Sorry” somente a elas.

O repertório do show é diversificado, com canções ditas mais novas, misturadas a versões diferenciadas de antigos sucessos, como a versão acelerada de “Bad Case of Love”. Eu senti falta de “I’ll Survive” e “Caldônia”.

Após tocar “The Thrill is Gone” foi aplaudido por mais de um minuto. Antes de “Ain´t that just like a woman” pediu permissão às mulheres para poder cantá-la (procure a letra para entender o porquê). Em “Rock me Baby” comandou o coro da platéia e em “You are my sunshine” disse que como não estávamos em um país de língua inglesa, quem não soubesse a letra poderia fazer “humm hummm hum hummm”.

Ele sabe ser carismático. Joga palhetas para a fila do gargarejo, posa para fotos, sacode na cadeira, faz caretas, dá autógrafos. Tudo isso, enquanto sua banda faz os viajantes solos. Showtime.

BB King fará falta nos palcos do mundo. Soube perceber a tempo as limitações que vêm junto com a idade e sabiamente anunciou sua despedida com uma turnê mundial.
Disse que continuará tocando, mas sem mais viagens. Apenas em casa, no seu bar.
Um verdadeiro Bluesman, que se “explica” na letra da canção de mesmo nome:

Bluesman (Understand)

I've traveled for miles around
It seems like everybody wanna put me down
Because I'm a blues man
But I'm a good man, understand

I went down to the bus station
Looked up on the wall
My money was too light, people
Couldn't go nowhere at all
I'm a blues man
But a good man, understand

The burdens that I carry are so heavy, you see
It seems like it ain't nobody in this great big world
That would wanna help old B.
But I will be all right, people
Just give me a break
Good things come to those who wait
And I've waited a long time
I'm a blues man but a good man, understand

Só resta dizer: Valeu B! God bless you!



Set List (incompleto e fora de ordem... isto é BLUES!!!)

The Thrill is gone
When love comes to town
Rock me baby
Key to the highway
Ain´t that just like a woman
Bluesman
When the saints go marching in
You are my sunshine
How blue can you get
All over again
Bad case of love

MM tem 29 anos e teve a grande oportunidade de ver BB King pela segunda e talvez última vez... torce com todas as forças para que isso não seja verdade...

*Fonte: http://www.whiplash.net/



NR1 - Como eu já previa no review do show do New Order, o Via Funchal é um péssimo local. E desta vez além dos problemas com a equalização do som (que nem foi tão complicada, pois BB King sempre traz uma equipe completa de produção), houveram seríssimos entraves com os lugares vendidos na platéia. Alguns foram vendidos duas, três vezes, outros lugares simplesmente não existiam. Isto fez com que este que vos escreve tivesse que assistir o show em um camarote. Não, isso não foi bom, porque acreditem, meu lugar original na fila de cadeiras era melhor que o camarote... enfim.







New Order
São Paulo - Via Funchal - 13/11/2006


originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/


Dreams Never End
por Ricardo Bunnyman & MM

Finalmente, após 18 anos, o New Order volta a mostrar que ainda é uma banda atual, apesar de terem 28 anos de carreira se juntarmos com o tempo do Joy Division.

E com 50 minutos de atraso, Bernard Sumner entra sozinho e sorridente. Olha para os lados de diz algo como "bem, eu não preciso de banda mesmo...". Então, Peter Hook, Stephen Morris e Phil Cunningham aparecem e é anunciada "Crystal" do álbum Get Ready.


Nesse momento, o Via Funchal explode com o rock do New Order. Get Ready é o álbum mais rock da banda, pois foi produzido por Billy Corgan do Smashing Pumpkins.

Turn é anunciada, mas o clima cai um pouco e é retomado por Regret que provoca mais uma explosão na platéia. Platéia essa bem diferente do que o Marcelo e eu pensávamos encontrar. Havia uma galera bem mais jovem do que em outros shows de outras bandas dos anos 80. Mas os velhos fãs estavam presentes em peso.

Outra 'bala' do setlist foi "Ceremony". Música esta que foi concebida nos últimos dias do Joy Division e regravada na Nova fase. Durante a execução, nota-se que Sumner altera a voz e fica muito parecida com a do finado e venerado Ian Curtis.

"Who's Joe" faz o clima cair de novo, acredito que por se tratar de uma música nova e grande parte da platéia preferir hits. É uma boa canção.

Peter Hook com seu baixo e Stephen Morris na bateria anunciam o que virá... HAHAHAHAHA!!!! "Transmission"!!! Joy Division na veia!!! Muitos se calam e muitos se alteram como o Marcelo e eu. Sumner rasga a garganta durante a música e principalmente no refrão.

"Krafty" é um pop brilhante do último álbum e funciona muito bem ao vivo. Apesar de me lembrar apenas de parte do refrão: "Just give me one more day / Give me another night"

"Waiting for the Sirens Call" apesar de ser faixa título do novo álbum, não provoca muitas reações.

Eis que o New Order provoca a reação da alma em uma das mais belas canções já criadas por eles. A viagem de "Your Silent Face" mesclada com o jogo de luzes e o baixo típico de Peter Hook hipnotizam o público. Ela lembra muito o estilo do Kraftwerk, como pode ser conferido na sessão de Janeiro da Discoteca Básica sobre o álbum "Power, Corruption & Lies".Chega a vez do ápice da carreira e do show. "True Faith", "Bizarre Love Triangle", "Temptation", "Perfect Kiss" e o maior hit da banda "Blue Monday".


A maioria foi conhecida pelo público brasileiro através do álbum duplo "Substance", onde estão versões extendidas dessas música e para muitos é considerado um álbum de carreira.

Com versões alteradas, esses hits provocam a euforia da platéia por se tratar das músicas que 'fizeram' o New Order no Brasil. São músicas que tocavam todos os fins de semana nas casas noturnas e muitos dos que ali estavam, curtiram muito aquela época.

Bernard Sumner, Phil Cunningham e Peter Hook agitam o palco como se voltassem aos 20 anos de idade (este último não parou um segundo durante o show inteiro) enquanto Stephen Morris arrebentava a bateria com auxílio de Peter na eletrônica. Arrisco a creditar a entrada da dance music no Brasil à essas músicas.

Como o Kraftwerk, o New Order revolucionou o cenário do pop rock e transcedeu ao dance sem perder suas raízes. Coisa que só caras com o Joy Division no curriculum poderia realizar. Em Blue Monday, a mais esperada da noite, percebe-se uma falha na programação do som. Não chega a ser nenhum absurdo, mas foi engraçado.

O tempo regulamentar termina e logo o time volta para a prorrogação perguntando: "Nós vamos tocar Joy Division agora, mas vamos deixar vocês escolherem: "Shadowplay"?" - A galera delira - "She's Lost Control?" - A galera vai a loucura.

"Ok...
Confusion in her eyes that says it all,
She's lost control..."

E fechando, o clássico dos clássicos do Joy Division: "Love Will Tear Us Apart" que foi executada com uma energia indescritível. Stephen Morris era o estilo Joy Division. A mesma posição das apresentações e dos clips. Comentário estranho quando se fala de um baterista. Mas na minha mente, Stephen Morris era puro Joy Division durante todo o show.


E Sumner dispara algo como "está é a platéia mais receptiva do mundo"...

...Mas faltou Atmosphere...

01. Crystal
02. Turn
03. Regret
04. Ceremony
05. Who's Joe
06. Transmission
07. Krafty
08. Waiting for the Sirens Call
09. Your Silent Face
10. True Faith
11. Bizarre Love Triangle
12. Temptation
13. Perfect Kiss
14. Blue Monday
15. She's Lost Control
16. Love Will Tear Us Apart


Ricardo Bunnyman tem 30 anos e não foi ao primeiro show nos anos 80 porque não tinha idade. Mas agora pode se livrar esse trauma.



New Order, Joy Division… Mais uma vez, eu e Bunnyman estávamos lá. A oportunidade de ouvir a “linha de baixo mais triste da história da música*” ao vivo não poderia passar, de forma alguma.

Me deixou triste o fato do show ser no via Funchal. Qualquer apresentação nessa casa já começa devendo devido ao péssimo som (Pobre B.B. King que está por vir...). Mal dava para entender Barney ao microfone. O som era um misturado de freqüências. E quando se faz isso com um mestre como Mr. Hook, creio que deveria ser pecado mortal.

Detalhes sonoros a parte, para quem gosta da banda foi impossível não se arrepiar aos primeiros acordes de Transmission, com o teclado em Bizarre Love Triangle, com Regret, Perfect Kiss e Blue Monday unidas, She's Lost Control e Love will tear...

Li bastante sobre os shows, antes e depois do show do dia 13 em SP. Algumas curiosidades:

O pessoal de BH ficou meio puto, porque o NO foi colocado para tocar em um festival teen onde a maioria da platéia não tinha idéia de quem era “aquele tiozinho com cara de mau no baixo”.

No Rio, também problemas com som. Inclusive li algo que me chamou a atenção. Um dos fãs comentou que o melhor a fazer era ligar o perfil “fã de Iron Maiden” e deixar pra lá. Ele explicou depois que o fã de Iron Maiden, sempre acha que o último show ao vivo da banda foi o melhor independente de qualquer coisa de ruim que tenha acontecido. Eu, como maidenmaníaco, sei o que ele quer dizer.

Um outro detalhe curioso. Alguns fãs perceberam que os amplificadores da banda sempre tinha algo escrito e juntando as palavras dos shows de BH e SP, têm-se algo como

“once upon a time two boys started a group”

Em algumas fotos que estão rolando pela net, você consegue identificar isso.

No show de terça-feira em SP, em determinado momento de True Faith, Hook quis dar uma força a Barney, que parecia enrrolado com a letra. A emenda ficou pior, cada um canta uma parte diferente da letra e se olham como quem diz: ‘What a hell’s?” veja no youtube -> http://www.youtube.com/watch?v=lSJgyE5p990 ou diretamente no fim desta página.


Eu gostaria de ter visto o Joy Division, mas de alguma forma, Curtis deve estar tranqüilo com o que restou da sua banda.


****
*Coloque Bizarre Love Triangle 94 no seu aparelho de som, quando chegar aos 2min47seg, feche os olhos e escute... é o baixo mais triste da história da música.


MM tem 29 anos, não lembra nem quando nem como ouviu New Order pela primeira vez, mas sabe que ainda ouvirá estas mesmas músicas por um longo tempo.

Arnaldo
Antunes


São Paulo - Auditório do Ibirapuera - 12/11/2006


originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/



Ele não vai se adaptar

por MM


Domingo, 12 de Novembro.
Frio, bem frio. E confesso que se não houvesse combinado para ir a esse show, não sairia de casa. Mas eu prometi e marquei com uma amiga que iria, e eu não sou do tipo que promete e não cumpre.

Auditório do Ibirapuera – faz um bom tempo que eu não vou ao parque do Ibirapuera, e sinceramente, não lembro de ter reparado à construção que atende pelo nome de Auditório, localizada próxima a Oca. De qualquer forma, é lá o lugar que Arnaldo Antunes escolheu para a estréia nacional do seu show e cd denominado “Qualquer”. Segundo o flyer entregue na porta do auditório, este cd foi lançado em outubro pela gravadora Biscoito Fino. É o sétimo cd solo de Arnaldo e tem parcerias com Adriana Calcanhoto, além de, adivinha? Marisa Monte e Carlinhos Brown.

Este cd foi gravado no esquema ao vivo, e sem bateria. Somente violões, guitarras, acordeon e teclado são somados à voz.A idéia era justamente demonstrar a sonoridade possível de ser alcançada sem utilizar instrumentos de percussão. Escutei rapidamente alguns trechos de faixas do cd, e é clara a influência de ritmos nordestinos, como baião e forró ao longo do disco.

Com um atraso mínimo, sobem as cortinas do imenso palco e aparecem posicionados Chico Salem (violões) à direita, Betão Aguiar (guitarras) mais ao centro e Marcelo Jeneci (acordeon e teclados) à esquerda. Arnaldo entra no palco trajando uma calça de yôga (segundo minha amiga), camisa e coletes cinza. A música de abertura é “Qualquer”. Músicas de Arnaldo Antunes tem uma identidade não muito difícil de ser reconhecida. A letra diz entre outras coisas: “qualquer curva de qualquer destino que desfaça o curso de qualquer certeza”. Boa noite São Paulo, boa noite Ibirapuera e Arnaldo vai seguindo seu repertório baseado em músicas do
novo disco e de álbuns anteriores. Não anotei o set list corretamente. Rolaram músicas como “Se você”, “Se tudo pode acontecer”, “2 perdidos numa noite suja”, “Fim do dia”.

Arnaldo parece levar a sério aquela expressão que diz “Dance como se ninguém estivesse olhando”. No caso dele eu acrescentaria “e como se o ritmo fosse algo secundário”. A forma como ele se mexe no palco é um ponto à parte no show. No início deu para perceber que parte da platéia segurava as risadas, mas todos se acostumaram e entenderam que isso é parte do show. Arnaldo se arrasta, trança as pernas, chuta o ar, pula, corre, poga, senta no chão, derruba o microfone, se enrola nos fios, dá cambalhotas. Tem a elasticidade e movimentação de uma criança. E após compreender essa movimentação toda, isso se torna algo meio
hipnótico para o público. Ele agradece a presença de todos e fala sobre o lançamento do cd “Qualquer”.


Em um determinado momento, chama o convidado da noite, que também participou na gravação do disco. Edgar Scandurra, guitarrista da banda Ira. A música a ser executada é “Para lá”, parceria de Arnaldo e Adriana Calcanhoto. Scandurra fica no palco por umas cinco músicas, com a sua indefectível guitarra verde fazendo efeitos estilo Wah-Wah não com o pedal, mas com o microfone.

Em “Socorro” Arnaldo deita no palco e ao final deixa que a platéia cante as estrofes finais incitando “Eu quero ouvir vocês!!!”. Após a música, ele diz que “a palavra Qualquer esteve sobrevoando o disco, pois aparece em várias músicas. E então, a gente resolveu deixa-la pousar”. A platéia aplaude, e vai crescendo em entusiasmo junto com o artista.

Uma bela canção chamada “Saiba”. Em suas estrofes coisas como:

Saiba: todo mundo foi neném
Einstein, Freud e Platão também
Hitler, Bush e Sadam Hussein
Quem tem grana e quem não tem

Saiba: todo mundo teve infância
Maomé já foi criança
Arquimedes, Buda, Galileu
e também você e eu

Saiba: todo mundo teve medo
Mesmo que seja segredo
Nietzsche e Simone de Beauvoir
Fernandinho Beira-Mar

Um parágrafo sobre a casa. O auditório Ibirapuera parece ser um daqueles locais que te estimulam a querer ver mais shows, sejam eles quaisquer. O local é extremamente agradável. Possui um grande hall de entrada, todo em branco com detalhes em vermelho. O palco, grande tanto em largura quanto em profundidade, é rebaixado e de qualquer uma das confortáveis cadeiras estofadas cobertas com tecido vermelho a visão é boa. Ótimo lugar para espetáculos mais tranqüilos, assim como o de Arnaldo. No fundo, imagens são projetadas a cada música. Eram imagens de... é...bem... Bom, é um show do Arnaldo Antunes, como definir algo de
maneira simples?? Eram imagens e pronto!

Músicas da época dos Titãs também estão presentes no repertório, como “Não vou me adaptar” tocada em uma diferente versão meio forró. Versões de “Bandeira Branca” e “Qualquer Coisa” e “O Silêncio” marcam presença.

Final da primeira parte do show, Arnaldo agradece e todos saem do palco. Alguns poucos minutos, o violonista Chico Salem volta. “Exagerado” de Cazuza com algumas estrofes de “Sem pecado e sem juízo” de Baby do Brasil fazem o início do bis.

A segunda música, esperada por muitos e até por esse que vos escreve, foi uma versão reduzida de “Pulso”. Será que ele não lembra mais a letra?

Scandurra é chamado ao palco novamente. O show encerra com “Lua Vermelha”, composição em parceria com Carlinhos Brown. Boa melodia, tranqüila, com aquele sentido que só Carlinhos saberia explicar. Mas definitivamente, Arnaldo Antunes e seu som não se explicam, apenas se aproveitam.


MM tem 29 anos, e não se arrependeu de sair de casa no domingo numa noite fria para ver um show “qualquer”.

Roberto Carlos

São Paulo - Credicard Hall - 10/11/2006


originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/




Muitas, muitas emoções


por MM & Ricardo Bunnyman


Se você conhece o Bunnyman (dono do site), eu (colaborador do site), ou acompanha este site há algum tempo, deve estar se perguntando: “Que raios esses caras estão agora escrevendo sobre show do Roberto Carlos??????”


Bom, antes de tudo, eu sempre disse que algumas coisas têm que ser feitas nesta vida. Não vou estender a lista aqui, mas com certeza, ver um show do Roberto Carlos está incluso. Claro, isso se você gosta de música e independente de qual é o seu estilo preferido. Com certeza esse cara deve ter influenciado alguma banda, artista ou som que você gosta hoje. Isso é inevitável.

Para aqueles mais novos, para aqueles que já responderam “Maconha” quando o Skank diz “É proibido fumar!”, ou para aqueles que cantaram “É preciso saber viver” junto com o Titãs ou, mais recentemente, quem gostou e pulou ao som de “Além do Horizonte” com o Jota Quest. Pois bem crianças, são todas músicas do Rei.


Eu, Bunnyman e sua respectiva noiva, Andrea, acompanhados de nossos pais (belo álibi para ver um show do Rei, não?) nos dirigimos ao Credicard Hall. Tínhamos a impressão que seria um inferno para conseguir chegar e estacionar, já que em um show deste tipo de público, não tem papai-me-leva-deixa-na-porta-e-me-pega-depois-do-show e nem-vamos-de-ônibus-mesmo.

Erramos. Acho que nunca foi tão simples chegar e estacionar em um local de show em toda a mnha vida!

Uma profusão de senhoras bem vestidas (outras nem tanto), maquiadas, tiozinhos, vovós, vovôs, cabeças brancas. Sem precisar ser revistado na porta, seguranças e funcionários da casa extremamente pacientes para indicar o assento correto e ajudar as vovós a subirem as escadas. Realmente, é um show para os súditos da realeza.

Marcado para as 22 horas, o show só começa às 22h38h. Sobem as cortinas do palco e o coral e banda (acho melhor dizer orquestra) do Rei iniciam com um medley de músicas. Mais tarde, o próprio Rei informaria que o nome da orquestra é RC9, apesar de às vezes contar com mais de 50 integrantes dependendo do show. Duas guitarras, baixo, bateria, órgão, piano, metaleira e percursão, além de três pessoas no coral e um maestro.

A banda (ops, a orquestra) está disposta no palco de uma maneira em que é praticamente impossível ver seus rostos. E a iluminação contribui muito para isso. A cor azul predomina nas vestes e nas luzes. O locutor anuncia: “Senhoras e Senhores, com vocês... Roberto Carlos e Orquestra”. Eis que surge Sua Majestade. Terno azul (óbvio) camisa e sapatos brancos (mais óbvio ainda) e um cinto com uma fivela de impor respeito a qualquer caubói. A banda está
executando os acordes de “Emoções”. Parte da platéia está meio embasbacada e a outra parte grita absurdamente. A banda dá a deixa, o Rei dá uma suspirada ao microfone – eu nunca vi uma suspirada causar tanto furor em uma platéia – e solta:“Quando eu estou aqui... vivendo este momento lindo...”


Amigos, eu me sentia dentro de um especial da Rede Globo no dia 25 de dezembro.
Desde que eu me conheço por gente, todo show do Roberto Carlos que passa na tv começa com Emoções, termina com Jesus Cristo e as indefectíveis rosas sendo jogadas a platéia. Sim, eu já sei que vou ver isso de novo. Mas definitivamente, ver isso ao vivo... he he he... são muitas emoções, bicho (trocadilho inevitável quando se fala de Roberto Carlos).

Ao final da música de abertura, as primeiras palavras de Sua Majestade. Boa noite, agradecendo por estarmos ali, pelo carinho, por esse amor, por tudo de bom que temos lhe proporcionado durante todos esses anos Agradece ao patrocinador também e diz que poderia dizer muito mais, mas que prefere continuar cantando. Pausa dramática e... “Eu tenho tanto... pra lhe falar... mas com palavras, não sei dizer... como é grande...”

Claro, não preciso dizer o que introduções como essas, somadas à voz grave amplificada no microfone causam na platéia. Uma senhora atrás de mim está literalmente tendo um orgasmo. E olha que é somente a segunda música.

Próxima música, “Além do horizonte”.

Em algum lugar eu li uma declaração onde ele disse não ser um bom instrumentista. As luzes se apagam e acendem revelando-o com um violão no colo. Sim, o Rei não é um bom instrumentista. Mas quem se importa com isso, quando a música que vem é “Detalhes”.

Músicas: “Não quero ver você triste”, “Eu estou apaixonado por você”

E então o Rei inicia um medley com músicas da Jovem Guarda, “Aquele beijo que eu te dei, Splish Splash”, “Negro Gato”. Aqui ele diz que “não lembra muito bem da letra dessas canções, o que significa que a terapia está funcionando”. Em “O Cadilac” percebe-se uma movimentação diferente do lado direito do palco. As luzes se apagam, pausa dramática e ao acender novamente, um enorme cadilac inflável, vermelho cintilante, como diz a música, aparece do nada atrás do Rei, que puxa a manga do paletó e dá uma pequena polida na porta. Efeito simples e bem sacado.

Luzes apagadas de novo ( os cenógrafos trabalham muito neste show ). O piano branco que estava do lado direito do palco, agora se encontra no centro com o Rei sentado ao banquinho. O telão desce e exibe a letra da música “Acróstico”. O nome é feio, mas o significado é belo. Trata-se de escrever um texto em que as primeiras letras de cada linha lidas na vertical, formam uma outra palavra. Bem, melhor que explicar é demonstrar:


M ais que a minha própria vida

A lém do que eu sonhei pra mim

R aio de luz

I nspiração

A mor você é assim



R ima dos versos que eu canto

I menso amor que eu falo tanto

T udo pra mim

A mo você assim



M eu coração

E ternamente

U m dia eu te entreguei



A mo você

M ais do que tudo eu sei

O sol

R aiou pra mim quando eu te encontrei



“Arrasou!!!” – grita uma menina na platéia.


Índia, outra música re-gravada constantemente por outros artistas.

O Rei volta a falar com a platéia, comenta que as músicas naquele tempo, no tempo da jovem guarda, eram todas ingênuas. Diz que eles não, mas as músicas eram muito ingênuas. E que ninguém precisa dizer a ele, que ele sabe, que “isso faz muuuuito tempo bicho... bota tempo nisso”. Fala também que era necessário que alguém desse o primeiro passo, falasse as coisas que tinha que ser faladas, pelo menos as que ele achava que tinha que falar, que colocasse mais sensualidade no ar. E aí surgiu: “Eu te proponho...”


Além de:

No seu corpo
Os seus botòes
Café da manhã
Música suave

Nesta música, uma das coristas vem até o Rei para alguns passos de dança de “rosto coladinho”. A senhora que estava atrás de mim deve ter morrido...

Hora de apresentar os seguidores. O Rei apresenta a orquestra, um por um, fazendo brincadeiras com idade, falta de cabelos e corpos roliços. Claro, só resguardando as moças do coral. Deve ter levado uns 10 minutos para apresentar a banda toda.

E então vem “Cavalgada”. Reza a lenda que esta música foi difícil de ser executada ao vivo e na mídia devido a ter trechos considerados pornográficos e extremamente eróticos em sua letra. Veja um fragmento e tire suas conclusões:


“Vou cavalgar por toda a noite
Por uma estrada colorida
Usar meus beijos como açoite
E a minha mão mais atrevida


Vou me agarrar aos seus cabelos
Pra não cair do seu galope
Vou atender aos meus apelos
Antes que o dia nos sufoque”

Hora de “É preciso saber viver”, onde no começo o Rei erra, recomeça e diz:
“Quem espera que a vida... seja feita de ilusão... Tá ferrado bicho! Tá mesmo”

Outra parte da letra trocada é:
“Se o bem e o bem existe... você pode escolher...”, onde o original era: “Se o bem e o mal existe... você pode escolher...”


Além de sofrer de TOC – Transtorno Obsessivo Compulsivo, ser extremamente apaixonado pela sua finada mulher Maria Rita, se vestir sempre de azul e branco, o Rei também tem outra mania perceptível. Aboliu completamente do seu atual repertório toda e qualquer música que tenham palavras como “inferno”, “mal” e coisas do tipo. Só canta as músicas, ditas do bem. Em casa, temos boa parte dos discos do Roberto Carlos das antigas, do tempo em que ele não fazia música para mulheres de 40, que usam óculos ou caminhoneiros. Do tempo em que ele mandava tudo para o inferno e dizia ser terrível.

Eu sinceramente gosto de escutar estes discos de vez em quando e relembrar meados da década de 80 (sempre ela) onde todos os domingos, de maneira religiosa, minha mãe escutava o programa da Rádio América, que tocava por volta de 3 horas de músicas de Roberto Carlos. Foi aí que eu defini o termo “cultura implantada”, que significa ouvir / ver tanto uma determinada coisa, que acaba grudando em seu subconsciente. Isso explica porque eu sei tantas letras do Rei de cor.

Antes de “É preciso saber viver” terminar, o pessoal que estava em mesas mais próximas ao palco, já tinha se levantado e chegado na grade de segurança para ficar mais perto do Rei. Sinal de que o show está no final.

Começam os acordes de “Jesus Cristo” e o Rei começa a bater palmas daquela maneira peculiar, deixando os braços caírem paralelos ao corpo após cada batida. Senhoras tiram os sapatos, sobem nas cadeiras, vestem camisas com a estampa da foto do Rei por cima dos vestidos, usam faixas na cabeça, onde se lê “Rei”.

O Rei agradece à todos, a orquestra, ao público. O maestro auxilia o Rei pegando os ramos de rosas brancas e vermelhas e entregando-os à majestade, que vai de ponta a ponta no palco, beijando e ora arremessando ora entregando as flores nas mãos das afoitas fãs. Em troca recebe ursinhos, embrulhos, flores, quadros e toda sorte possível de presentes, que abraça, cheira, olha, balança e brinca. Contei no relógio, foram 23 minutos com o coral cantando “Jesus Cristo eu estou aqui...”.

O Rei vai até o meio do palco, se despede, manda beijos. Sai de cena. A banda encerra a música, a platéia grita “Volta!! Volta!!!”. Mas Sua Majestade não volta. Nos telões do Credicard Hall, a imagem do Rei de braços abertos, cabelos compridos, mullets, vestido de azul e branco. Tal qual um especial de Natal da Tv Globo... mas não há como negar e evitar o trocadilho de sempre: Ver um show do Rei... muitas emoções, bicho...



Setlist

Emoções
Como é grande o meu amor por você
Além do Horizonte
Detalhes
Não quero ver você triste
Eu estou apaixonado por você
Aquele beijo que eu te dei
Splish Splash
Negro Gato
O Cadilac
Acróstico
Índia
Proposta
Seu corpo
Os seus botões
Café da manhã
Música suave
esqueci de anotar o nome dessa
... essa também
Cavalgada
É preciso saber viver
Jesus Cristo

MM tem 29 anos, não acredita na monarquia, mas ficou surpreso por perceber que sabe de cor a letra de tantas músicas do Rei.



O que dizer depois de tantas emoções?

Devido ao teor do site, todos sabem dos nossos gostos. O que predomina nos cdplayers e qual bandeira levantamos. Mas de algum tempo para cá, a abertura músical se tornou quase que obrigatória. A mente se abre e conseguimos encontrar prazer ao ouvir Fields of Nephilim ou The Cure da mesma forma que ouvimos Roberto Carlos, Sinatra ou Tom Jobim.

Essa abertura nos deu a honra de participar de um evento que eu acredito ser importante para quem gosta de música. Entendo por música tudo aquilo que toca ou não no rádio. Do brega ao metal. Do Gótico à Dance Music. Sem rótulos, por favor.


O Grande Rei Betão, não tem necessidade de trabalhar mais com música. A própria presença do homem no palco é suficiente para que muitos (as) estejam com o dia ganho.


Me espantei com sua simplicidade e atenção com todos tanto no palco quanto naplatéia. Um figura de carisma sobrenatural e de sentimentos simples e sinceros que são, nitidamente, expostos durante o evento.

Como o Tchello disse, existem histórias da infância na qual RC esteve presente.
No meu caso, meu pai nasceu na mesma cidade e foi contemporâneo do cara. Isso ajudou muito no descobrimento da carreira daquele que é considerado O Rei.

Fica registrado para essa geração e para as futuras que nunca na história da música nacional, existirirá algum músico tão completo como o Rei Roberto Carlos.


Off: Na fila do refrigerante, uma mulher muito bem vestida, porém extremamente dondoca estava com seu Chandon em punho quando, subtamente, expele uma babada típica daquele que engasgou com a sopa. Segurando a gargalhada e mantendo a formalidade do local, continuo olhando de canto de olho preparado para o chilique. Olha... a mulher nem se abalou. Fingiu que não foi com ela, a amiga fingiu que não viu e nenhuma ação foi tomada. Nem mesmo de se secar. A gargalhada teve que esperar.

Ricardo Bunnyman também gosta de Morrissey, Echo and The Bunnymen, Sisters of Mercy, Cure, Joy Division e de Roberto Carlos mas evita sua fase anos 80. Gosto o Julio Iglesias e do
Frank Sinatra também. E daí? Vai encarar?









THE SISTERS
OF MERCY

Adrenochome!


E se passaram 16 anos.


16 anos atrás Tchello, Chris, Dubão e Ricardo não tinham idade para ficar depois das 22:00hs fora de casa. Mas ficavamos.
Isso não quer dizer que podiamos ir à um show.



Esse tempo passou. Cabelos cairam, barrigas cresceram, casamento, filhos, etc. E Andrew Eldritch vinha mais uma vez ao Brasil. Careca.



Conseguimos comprar os ingressos antes do show do Echo & The Bunnymen. Era um dos momentos mais importantes do rock internacional em terras tupiniquins. E quem diria, o show se daria na semana dos ataques do PCC em São Paulo. A preocupação era grande pois o caos do último final de semana ainda estava fresco em nossas mentes.



Como quase todo show, saimos com no máximo 30 minutos de antecedência. Era uma das maiores bandas do mundo, mas não era nenhuma Britney Spears para provocar algum tumulto. Realmente, não houve tumulto, apenas uma legião com vestes negras em uma fila que se estendia até a parte de trás do Via Funchal.


Por incrível que pareça, considerando o tamanho da fila, não demoramos muito para entrar. Encontramos o Fábio, um amigo que é fanático por Morrissey e é claro que esse encontro lhe poupou um pouco de lugares na fila.

Além do Chris que já estava dentro do Via Funchal desde às 20:00hs, tinha outra fanática, Veridiana estava no meio da multidão. O Sisters havia esgotado os ingressos e aquilo estava coberto por góticos e seus simpatizantes.

Quase dentro da casa, um promoter oferece um carimbo para ganhar um Martini grátis. Rapidamente, carimbamos nossas mãos e sem muita burocracia, entramos. Já passava das 22:00hs., mas o show ainda não tinha começado.


Para desespero do Dubão, aquele carimbo era apenas uma comprovação de que o portador era maior de idade. Furioso, Dubão disse: "Como é que pode ser verdade uma porra dessa? Me explica essa porra! Então não vou beber merda nenhuma". Mas depois ele bebeu. Ah, se bebeu...

Avistamos o Chris no camarote. Ele estava na borda e bem no centro. Uma visão perfeita.

Marcelo ainda encontra uma ex-colega de trabalho. Nunca trombamos com tantos conhecidos em um show.

Uns 10 ou 15 minutos depois da nossa entrada, as luzes se apagam e com o palco tomado pela fumaça, o show se inicia com "Crash and Burn". Já tinha ouvido mas era estranho ouvir Sisters sem baixo. O som era alucinante.


Uma das preferencias da casa, "Ribbons" tem uma força descomunal e foi seguida de mais três do álbum Vision Thing, "Doctor Jeep", a quase irreconhecível "Detonation Boulevard" e a pesada "When You Don't See Me".

Mesmo Andrew dizendo que nunca foi gótico, uma das provas do motivo do rótulo para a banda vem com "Flood I" do ábum Floodland e "Giving Ground" do EP Gift. "Summer" vem logo depois como novidade para muita gente.


Existem algumas causas para a maioria das pessoas não conhecerem algumas músicas. A banda gravou seu último álbum (Vision Thing) em 1990 e uma coletânea em 1992 com duas novas canções "Under The Gun" e uma nova versão para "Temple Of Love". Após isso, lançaram um projeto chamado SSV. Uma raridade que não condiz muito com o estilo Sisters de ser.
Depois disso, a banda continuou compondo, mas as músicas são lançadas apenas em shows.


Mesmo com o excesso de guitarras, "Dominion" é inconfundivel e a primeira grande explosão da platéia ocorre nesse momento. "Dominion" é de uma fase que o vocalista Andrew Eldritch tomou as rédeas da banda e os demais componentes formaram o Mission. O álbum Floodland é um tapa na cara de quem dizia que Andrew havia acabado com a alma do Sisters.


Sinto falta da Patricia Morrison no baixo...


Mais novas músicas são lançadas ao ar: "Slept" e a minha preferida da nova safra "Still". Talvez fosse proposital a execução de uma das mais velhas composições da banda, o hino "Alice" nos leva ao início da Era Dark juntamente com "Anaconda".


"Romeo Down" prepara terreno para a gótica e sussurrada "Never Land".


"We Are The Same, Susanne" espanta por ser tão parecida com a versão "original". Em todas as músicas, os caras tocaram de forma diferente. Mas, quem quiser ouvir tudo certinho, que ouça os discos.

"Will I Dream" precede a segunda explosão. "This Corrosion" inflama o Via Funchal e não existe ninguém parado.

Todas as músicas foram tocadas uma atrás da outra, quase sem intervalo. Aqui se encerra a primeira parte do show e logo entra o bis com a balada "Something Fast". A distorção lembra os irmãos Reid do Jesus & Mary Chain.

Incrível o quanto é bom ouvir as músicas do Floodland. "Lucretia" é responsável pela terceira explosão do público.

O primeiro bis se vai e logo vem o segungo com a nova "Top Night Out" e os caras
mandam o hino máximo dos Sisters: "Temple Of Love" causa a quarta e última explosão da platéia, fechando o show com um verdadeiro "Gran Finale".

Eldritch se empolgou e em alguns momentos percebe-se que tocou quitarra e diferente do que disseram por aí, não houve playback em nenhum momento.

Foi um show em que as palavras de Eldritch resumiram-se em uma frase "This is my favourite place on the planet", enquanto do som do Sisters Of Mercy mostrou que as Irmãs ainda fazem suas caridades para nós pobres mortais.


Ricardo Bunnyman tem 29 anos e acredita que existem heróis no mundo do Rock, mas sabe que existem aqueles que além de heróis, se tornam lendas.




Meu amigo-de-fé-irmão-camarada Bunnyman já disse aí em cima tudo sobre o show do Sisters. Eu faço algumas observações no geral:

Público – Eu já fui em show pra caramba. Não perco a oportunidade de detonar minhas costas e minhas garganta pulando e berrando em uma apresentação ao vivo, mas o do Sisters me surpreendeu, entre outras, pela quantidade de pessoas. Nunca imaginaria fila dobrando o quarteirão para ver uma banda que não lança nada de novo há anos...

Palco - Fumaça, sim havia muita fumaça... a impressão que se tinha é que perto do palco, podia-se cortá-la com a mão, tal a “densidade”. E o mais estranho, palco tinha uma estrutura montada parecida com, juro, andaimes de construção.... vai entender...

Telão - Pra quê?? A produção do show abriu mão da utilização dos telões, talvez com medo de que algum operador mal intencionado fizesse com que no dia seguinte o show estivesse sendo vendido a “deiz real” nos camelôs da cidade e na galeria do Rock.

A banda – Cansei de ver gente reclamando antes e depois do show na mídia eletrônica (email, orkut e afins) sobre a banda, o set list, a falta dessa ou daquela música. Cara, quem conhece a banda, já saiu dos anos 80 (infelizmente) e lê um pouquinho sabe que o Sisters não faria nada diferente do que foi feito. O Show foi bom sim! Faltaram clássicos?? Ah vá?? Não me diga!!! O Palco estava muito escuro e com fumaça?? Catzo, é o Sisters, não o Calypso! Andrew não falou nada?? Humpf... sabia que esse cara foi um adolescente daqueles que se trancam no quarto ?? Pois é... Eu acho que o Show foi bom, claro, sempre pode ser melhor, mas foi bem bom.

O Som – Considero o Via Funchal, uma das casas de shows em SP que tem o pior som... Então, nada mais a declarar.


Eu e “meus trutas” – Sim, ver Sisters Of Mercy ao lado de meus amigos-de-fé-irmãos-camaradas Dubão e Bunnyman não tem preço mesmo. Quantos “bodes” ao som de Sisters, quantas vezes em Gaivotas, balneário próximo a Peruíbe, ficávamos eu e Bunnyman “pescando otários” na porta da casa ouvindo “Lucretia”, “Dominion”(praia?? Pra quê?). Nesse show, pulamos e cantamos (berramos) de verdade. “Alice” (por sinal, nome da mãe-zaça do Bunnyman, e a música que o Dubão mais queria ouvir... Fizemos aquela coisa ridícula de se abraçar em pular em círculos... Cara, Ducaralho!!! Valeu Andrew!!!

Ah claro, não posso me esquecer do Mano Chris, que estava no camarote, e nos acompanhou lá de cima, fazendo reverência a banda que serviu como ponte de nossa amizade... afinal, naqueles tempos lá no colégio Radial, só eu, ele e a Die* sabíamos o quer era Sisters Of Mercy.

*Die – a pessoa que mais devia estar neste show. Die, eu e Bunnyman sentimos sua falta pra caramba lá. Lembramos que você falou comigo pela primeira vez, por causa da ponta da estrela do Sisters que estava aparecendo na camisa que eu usava por baixo em um desses dias no colégio Radial... Que encontramos com você no Hollywood Rock lotadaço no dia do show do Cure! Mas não esquenta, outras shows virão...


MM tem 28 anos e considera que musicalmente falando, já pode morrer. Já viu todas as bandas (das que estão em atividade) que queria ver. O Sisters Of Mercy era a última. O quer vier daqui pra frente é lucro...


Setlist


U2

20th February 2006 São Paulo - Morumbi Stadium

Support Act: Franz Ferdinand



orignalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/




Um, dos, tres, catorce!!!! Pra você também!

por MM


Sim, nós (eu e Bunnyman) estávamos lá, acompanhados de mais alguns amigos.

E cadê a resenha? Vocês devem estar se perguntando...

Tudo o que tinha que ser falado sobre o U2 no Brasil, foi mais que falado. Foi saturado, em todos os canais, revistas, jornais. Você com certeza leu. Até pensamos em fazer algo diferente, um podcast, por exemplo. Não rolou...

Bom, uma coisa a dizer: O U2 é o U2 e ninguém discute isso... mas começar o show com "The City on Blinding Lights" quando se tem um "levanta defunto" como "Vertigo" no cd... Deixa pra lá.


Show do Ano??

19 de maio de 2006... São Paulo... Noite escura, fria, neblina... atmosfera perfeita.. aguarde...




MM tem 28 anos, gosta pra cacete de U2, mas já viu os caras duas vezes... e há mais de 16 anos espera uma certa banda tocar por aqui... a espera acabou!!!



I say don't you know, You say you don't know, Nóis say you don't know... Take me in!

por Ricardo Bunnyman


Francisco Fernando - Uma banda com cara de Joy Division e som nada igual ao Joy Division.

Talvez, algumas músicas lembrem um pouco o Joy se forçarmos a imaginação.

No primeiro dia, só se ouvia um instrumento por vez. No dia 21, estava melhor.
É muito fácil acontecer esse tipo de coisa com banda de abertura.

Os caras tem uns sons legaizinhos...

Antes do show, o pessoal da produção deixa rolando vários sons. Gostei muito quando tocou Talking Heads. Mas foi só.

E as Holas intermináveis no estádio! Não foi dia de jogo, mas a torcida foi show de bola. Não me recordo de nenhum problema com baderneiros.

O U2? Ah, U2 é do carvalho! Um espetáculo! Assim como os mulçumanos devem ir à Meca pelo menos uma vez na vida, toda pessoa que gosta de música deve ver um show do U2. Mas prefiro aquela banda de Liverpool que se apresentará no Rio, SP e Curitiba entre 28 e 30 de abril.

Não os Beatles não ressucitaram.

E tem aqueles caras de Leeds que o Marcelo falou mais acima. Ingresso pela metade do valor do U2, prazer quadruplicado e o fim de anos de espera.

A última vez que eu e o Marcelo fomos em um show (de verdade) foi a 10 anos no Hollywood Rock, no inesquecível show do Cure. Tocaram naquela noite também o White Zombie (muito lôco), Pato Fu (no início da carreira) e Smashing Pumpkins (um ícone).

Foi bom nos "reencontrarmos" em um show tão grande.

É só aguardar...


I say you will go
You say you will go
Nóis say nóis will go
Take nóis IN!!!





Ricardo Bunnyman com 29 anos espera que não demore tanto para que grandes bandas retornem ao Brasil.








Setlist
City of Blinding Lights
Vertigo
Elevation
Until The End of The World
New Year's Day
I Still Haven't Found
Beautiful Day
Stuck In A Moment You Can't Get Out Of
Sometimes You Can't Make on Your Own
Love and Peace Or Else
Sunday Bloody Sunday
Bullet The Blue Sky
Miss Sarajevo
Pride (In The Name Of Love)
Where The Streets Have No Name
One


Bis 1
Zoo Station
The Fly
Misterious Ways
With Or Without You


Bis 2
All Because of You
Original of The Species
40












A Cachorrada no Rose BomBom!

por MM em 15/12/2005 - Rose BomBom
originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/


Como definir Rock' n' Roll? Tarefa ingrata e praticamente impossível. O Rock tem estilos, atitudes, bandeiras, ideais, tudo isso numa variedade absurda. Duas pessoas que curtem rock podem ter opiniões diferentes sobre a mesma banda, o mesmo estilo. É praticamente impossível rotular isso além de simplesmente “Rock” que vai da viagem do Pink Floyd ao “One, Two, Three, Four” dos Ramones...



Quinta-feira, 15 de dezembro – Casa Rose BomBom em SP. Show da banda Cachorro Grande com abertura dos Rock Rockets.
O Rose BomBom é uma casa que nasceu na década de 80, fechou por um tempo e agora volta a ativa ali na região da Vila Madalena (SP), área que tem muitos barzinhos no estilo Rock' n' Roll. A programação é variada, indo da Black Music ao punk. Nas quintas-feiras, o bom é a noite CBGB – nome da histórica casa de shows de Nova York que foi o berço do punk rock.

Cheguei na casa por volta de 1:40 da manhã. Dizem que o Rock Rockets é um trio paulistano que dizem fazer um bom som, mas desta vez eu não estava lá para assisti-los, numa próxima, talvez. Sendo assim, cheguei quando davam seus últimos acordes.

Não cheguei a frequentar o antigo Rose BomBom, mas posso dizer que o novo é um ótimo lugar para que gosta de Rock' n' Roll e conhece um pouco mais do que rola nas rádios. Em qual outro lugar você ouve The Who, Animals, Nirvana com “Territorial Pissings”, Pistols ou Iron Maiden com Paul D’iano fazendo “Running Free”? (essa é a diversidade da qual falava lá no primeiro parágrafo) Lugar relativamente pequeno, bom pra shows de rock, som absurdamente alto mas equalizado.

O público é predominantemente voltado ao rock. Coturnos, cabeleiras, metal, tachinhas e preto, muito preto. Mas havia também um número considerável de “covers” dos caras do Good Charlotte ou Simple Plan... Dava para montar umas cinco bandas dessas com o visual de alguns presentes.

Montagem de instrumentos ok, 2:05hs da manhã, a cachorrada entra no palco. Desde que vi o clipe de “Lunático” na MTv numa noite dessas, fiquei curioso e busquei conhecer um pouco da Cachorro Grande. Em resumo, a banda foi formada no final de 99 em Porto Alegre. Aquele lance da galera que já tem uma banda, que vive se trombando nos shows locais e descobre que tem o mesmo gosto musical, a mesma pegada e a mesma vontade. Beto Bruno (vocal), Marcelo Gross (guitarra), Gabriel Azambuja (bateria), Pedro Pelotas (piano) e o novo baixistas Rodolfo Krieger, que substituiu Jeronimo Bocudo. Os caras tem três discos lançados, Cachorro Grande, As Próximas Horas Serão Muito Boas (ambos de 2004) e o último, Pista Livre de 2005 que jogou luz sobre a banda e rendeu até um acústico MTv, dividido com outras 3 bandas gaúchas (Ultramen, Wander Wildner, Bidê ou Balde).

A banda dá uma aquecida com um som que me lembra Foxy Lady do Hendrix e já ataca com “Você Não Sabe o Que Perdeu”, “Agora eu Tô Bem Louco” e “Hey Amigo”. Beto Bruno dá boa noite geral e anuncia “Desentoa” (com direto a erro na letra) que tem clipe rolando na tv. Por mais que se falem mal de bandas novas, “hypes”, do momento ou afins, é preciso reconhecer que o som da Cachorro Grande remete à falta de compromisso e à diversão. Tem banda de rock que tem diversos objetivos, criar estilo, ganhar grana, levantar uma bandeira contra o “sistema” (nada contra), etc. Mas os Cachorros dão a nítida impressão que só querem se divertir. Parece que eles fazem um show como se eles mesmos estivessem assistindo da platéia. Não quero dizer com isso que os caras são metidos ou coisa do tipo, mas simplesmente procuram aquele lance de “tocar umas músicas, tomar umas cervejas, zuar um pouco e dar risada com os amigos”.

O público presente cantou em uníssono as quatro músicas de abertura e ainda cantaria as outras que viriam, do primeiro e segundo disco. Prova de que os caras já tem alguns fãs de verdade.
O guitarrista Marcelo Gross cantou “Dia Perfeito”. No acústico Mtv, tiveram a participação do Paulo Miklos nessa música e o cara estava lá no RoseBom Bom. Durante os solos de “Vai T.Q. Dá”, o cara surge do backstage com uma bandeja de sanduíches e começa a jogar para a galera. Mas Miklos ainda teria a sua segunda aparição no show ainda mais desconcertante que a primeira.

Beto Bruno é aquele vocal esganiçado (primeira parte da equação Cachorro Grande), que não tá nem aí para falsetes, oitavas ou coisas do tipo. O cara berra ao microfone de um jeito que parece que vai arrebentar as cordas vocais. Sabe John Lennon em “Twisted and Shout”?? Pois é, daí pra cima.

Marcelo Gross toca aquela guitarra suja (segunda parte da equação Cachorro Grande), que se estiver desafinada você nem vai perceber direito.

Gabriel Azambuja segura as baquetas como se fosse dois martelos (terceira parte da equação Cachorro Grande) e faz de sua bateria uma bancada de marceneiro.

Rodolfo Krieger faz bem a sua parte, mas parece que ainda não tá no gás do Cachorro. É bem mais sossegado.

Pedro Pelotas senta ao seu piano no cantinho e toca com a mesma facilidade que entorna várias copos de cerveja / whisky ou sei lá o quê que tinha naquele copo!!
O que é legal na Cachorro Grande é justamente essa equação de Vocal esganiçado, Guitarra suja e Batera loca. O show dos caras é meio que uma porrada no estômago. Faz bem ver que ainda tem bandas que fazem esse rock despretensioso. Claro que também é legal de vez em quando aqueles solos intermináveis, as viradas de bateria calculadas, os altos agudos e tudo o mais. Mas o fato é que, pra quem gosta de Rock, aquela música rápida, gritada, agitada que poderia muita bem estar saindo de qualquer garagem por aí cai muito bem! Só para divertir.

Porrada atrás de porrada, os caras terminam a primeira parte do show. A galera na fila do gargarejo pede o bis e os caras voltam com a única balada dos três discos, “Sinceramente” que está no “Pista Livre”. Acho que é uma forma deles descansarem...

E já que descansaram, aceleram de novo com “Sexperienced”, e tome a equação RocknRoll de novo.

Pra finalizar, Beto chama ao palco Paulo Miklos e os amigos Tuba e Marcos da banda Faicheclers para tocar uma cover dos Beatles, uma das maiores influências da banda, “Helter Skelter”. Aqui as atrações eram o baterista dos Faicheclers, Tuba, conhecido por quebrar estantes, peles e baquetas de tanta energia que usa ao tocar e Paulo Miklos que merece um parágrafo a parte.

O cara estava muito, muito, muito louco de sai lá o quê. No começo da música ficou boa parte do tempo parado, fazendo cara de mau, talvez encarnando o seu personagem de faoreste na novela da globo. Aí depois começou a apontar para a galera, como se estivesse com um revólver na mão e por último começou a sacolejar como se estivesse recebendo um espírito. Não soltou uma palavra. Eu vi um show dos Titãs no mês passado e é interessante ver como o cara realmente fica “á vontade” quando não está a trabalho.

Enquanto isso, o resto da(s) banda(s) finalizava(m) o show com um barulho ensurdecedor na caixas de som.


Este foi o últmo show dos Cachorros em SP. Agora só no ano que vem. Se você é daqueles que gosta de Rock, vai nos shows para pular, suar, pogar, cantar (berrar) até ficar rouco, recomendo que assista esse.

É bom saber que ainda há bandas que seguem essa vertente do RocknRoll. Saí do Rose BomBom suado, rouco, as 4 da manhã para trabalhar no dia seguinte mas...feliz pra caralho!


Set List (fora de ordem)

Do primeiro CD tocaram:

Lunático
Sexperienced
Debaixo do meu Chapéu
Lili
Pedro Balão
Dia Perfeito
Vai T.Q. Dá


Do segundo:
Hey Amigo
Tudo por Você
As Proximas Horas Serão Muito Boas
Que Loucura
O Truque do Ovo


Do novo:
Você Não Sabe o Que Perdeu
Agora Eu Tô Bem Louco
Desentoa
Super Heroi
Sinceramente
Velha Amiga

MM tem 28 anos, e estourou os alto-falantes do carro escutando a discografia da Cachorro Grande do jeito que esse tipo de som deve ser escutado: No Talo!!
Jeremy finally spoke in Brazil!!!

por MM, em 02/12/2005 - Estádio do Pacaembu

originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/



Ufa! Demorou um bom tempo! Quinze anos para ser mais exato. E olha que ainda teve emoções finais envolvendo a prefeitura de SP, a administração do estádio Pacaembu e a Associação dos Moradores, como vocês devem ter acompanhado por aí. Mas, enfim, Eddie Vedder, o baixista Jeff Ament, o baterista Matt Cameron (ex-Soundgarden) e os guitarristas Stone Gossard e Mike Mc Cready (além de um tecladista contratado) aportaram em terras brasilis para uma série de shows.

Sexta-feira, 2 de dezembro de 2005. Chuva, frio, trânsito, horário do rush. A típica combinação paulistana que nos obriga a ficar horas e horas presos nos carros, ônibus e escritórios.

Eu, paulista, 28 anos de casa, ainda caio na velha história do "vai dar tempo". Vou poupar os detalhes, mas o fato é que só consegui adentrar o Pacaembu quando Eddie Vedder já estava bem louco de vinho, bebendo direto da garrafa e pelo menos oito músicas do set list altamente mutável da banda já tinham sido executadas. Pena, pois queria ter ouvido "Go" e "Animal", ambas do álbum "Vs".

Sem contar que deixei de ver o Mudhoney, banda que tem como líder o vocalista Mark Arm, o verdadeiro responsável pelo surgimento daquele movimento em Seattle. Só como idéia, Stone Gossard e Jeff Ament, atuais guitarrista e baixista do Pearl Jam, foram da formação inicial do Mudhoney.

Ok, sem mais lamúrias. Primeira visão: A garôa insistia em cair, e umas trezentas pessoas se aglomeravam perante a entrada do Pacaembu tentado ver/ouvir algo.

Logo quando entrei, fiz questão de ver como estava a lotação do estádio, já que o Pearl Jam se recusa a tocar em lugares com mais de quarenta mil pessoas por questão de segurança. Arquibancada estava cheia mas, tranqüila. O gramado com um pouco mais de sua metade ocupada por fãs (fãs de verdade) da banda. Comparei com o último show que havia visto no Pacaembu, Iron Maiden em 2004 na turnê Dance of the Death (público de mais de 60 mil) e deu para perceber a diferença.

Dois telões laterais, uma torre no centro distribuindo o som que estava de boa qualidade. Ponto pra galera que acertou isso, pois shows em lugares abertos são um grande passo para um desespero de equalização.

Olhando para o palco, dava para ver o baterista Matt Cameron e só. Para ver o resto da banda o lance era ficar de olho no telão.
Quinze anos se passaram e Eddie ainda usa as velhas e surradas camisas de flanela que tanto fizeram moda na época grunge. Inúmeras delas espalhadas também pela galera.

Cabeludo, barbudo e bebaço, Eddie Vedder é um cara muito gente fina. Se esforçava para falar português a todo momento. E conseguiu pronunciar até umas frases completas.

Quando entrei, estavam nos acordes finais de "Do the Evolution" - uma das minhas preferidas -  e emendaram em "Better Man" - outra preferida - que teve sua parte inicial cantada somente pelo público. Conversando com um e outro no gramado, percebi que já haviam se passado uma hora de show. SHIT!

A cada introdução de música, a galera gritava, fazia barulho, demonstrava pros caras o que eles perderam demorando tanto tempo para vir tocar aqui. E tome hit: "Alive", o primeiro e talvez o maior sucesso da banda.

Fim da primeira parte. E eu começava a me odiar por ter perdido o começo do show.

Voltando para o bis, Eddie Vedder aparece sentado num banquinho. Diz que sente falta de um amigo que morreu a pouco tempo. "Johnny... can you hear me, Johnny?".

Ele fala de Johnny Ramone, guitarrista dos Ramones morto em 2004, aos 55 anos devido a complicacões com um câncer de próstata. A primeira vez que Eddie Vedder esteve no Brasil foi junto com os Ramones, em mais uma turnê da banda do "one, two, three, four", em 1996.

Dedicou e tocou "Man of The Hour" num arranjo acústico para o amigo Ramone.

O Pearl Jam costuma lançar discos de todos os seus shows ao vivo, numa tentativa de conter a pirataria. São mais de 80, se você for procurar por aí. Num deles, eu ouvi a versão de "I Believe in Miracles" dos Ramones. E torci com toda a força para que não tocassem ela no Pacaembu. Você pode pegar qualquer música e tocá-la no estilo punk, mas nunca faça o contrário. O resultado é desastroso, maaaaaaas... esses camaradas de Seatle conseguiram me provar o contrário. Evocê pode confirmar ouvindo a versão que o Pearl Jam gravou no disco "Live At Benaroya Hall - October 22nd 2003". Claro, não foi na velocidade Ramoniana, mas Joey Ramone deve ter gritado um "Hey Ho! Let's go", onde quer que ele esteja.

E então vem mais uma das diversas músicas conhecidas das nossas FM's. "Last Kiss". Atenção: Não é uma música de amor bonitinha... tem um arranjo legal, quase brega, mas é bem triste viu? Gosto dela!!

Sem conseguir enxergar muito bem, me parece que houve uma troca de instrumentos antes de começarem "Rearviewmirror". Os caras estavam à vontade.

Fim do primeiro bis. Muito se falou que o set list do Pearl Jam muda de show para show. Privilégio de uma banda que já tem um bom tempo de estrada e uma coleção de hits na mala.

Dessa vez, Eddie volta, parece que lê um papel e diz em português que sempre ficavam surpresos por ver bandeiras do Brasil em todos os outros países que tocaram. Pede desculpas por não falar nosso idioma, mas que tentará se fazer entender. Falou que estavam realmente felizes de finalmente tocar aqui e que São Paulo é melhor que Seattle (o que será que ele falou no Rio??). Que irão tocar aqui de novo em dois ou três anos, talvez um, não em quinze como foi desta vez. Que está surpreso com a recepção maravilhosa de todos os "brasilians".

Beleza, galera ganha, vamos para a parte final.

"Save you" e chega a hora daquilo que boa parte do público que estava ali queria ouvir, a dupla "Black" - com direitos a isqueiros que eram apagados pela garoa que aumentava - e "Jeremy", única que foi cantada do começo ao fim por toda a arquibancada, ambas do álbum de estréia "Ten". Durante "Black" Eddie Vedder chegou a descer do palco e cantar no corredor entre a galera, para desespero dos seguranças. Ele sempre faz isso..

Como a multa acordada caso extrapolassem o horário era grande demais, encerraram com "Yellow LedBetter" às 21:30hs em ponto.

Em resumo, do pouco que vi, posso dizer que foi um puta show. Tocaram diversos sons conhecidos, estiveram junto com a galera (tem banda que parece que faz show pro espelho) e deixaram os fãs felizes. Talvez, se eles tivessem vindo na época de ouro do "grunge de Seattle", não lotariam todas as apresentações como foi o caso. Lembro que naquela época vi Nirvana (péssimo show), L7, Alice in Chains, etc. A concorrência era maior... Eddie Vedder, mesmo botando banca de "não sou do sistema, não me vendo", soube fazer muito bem. Do The Evolution!

MM tem 28 anos, escuta Pearl Jam há um bom tempo e reconhece que os camaradas de Seattle são a única banda "grande" que sobreviveu da moda grunge. Ah, e acha "Jeremy" ducacete, ainda mais porque é uma história real.




Set List


Go
Hail Hail
Animal
Green Disease
Corduroy
Given to fly
Even Flow
Faithful
MFC
Porch
I got Id
Once
Glorified G
Do the evolution
Better man
Alive


1º Bis
Man of the hour
I believe in miracles
Last Kiss
No Lip
Rearviewmirror


2º bis
Save You
Black
Jeremy
Yellow Ledbetter

Ultraje a Rigor - O Gênio e sua banda no CIE Music Hall!

(por MM em 23/10/2005)



originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/



Se você tivesse um QI (Quociente de Inteligência) de 160 o que faria? Antes de escutar sua resposta, vou te dar alguns parâmetros:

Stephen William Hawking (QI de 172) - Monstro sagrado da astrofísica ficou mundialmente conhecido por levar teses complicadíssimas ao alcance de meros mortais.

William Gates III, o Bill (QI de 175) - Provavelmente o responsável por você estar lendo isto em uma telinha na sua casa

Isaac Asimov (QI de 160) - Assistiu Robocop? Asimov escrevia estórias futuristas há mais de 50 anos e foi o primeiro a utilizar o termo Mecatrônica

Gary Casparov (QI de 190) - Mais conhecido que nota de um, foi o mais jovem campeão mundial e a pessoa que atingiu o maior QI para xadrez da história.

Outro dado: A média do QI da população brasileira bate nos 87

Pronto, agora me responda. Se você tivesse um QI de 160, o que faria? Seria um físico, matemático ou economista de renome?

Já ouviu falar que bom humor tem a ver com inteligência?
Pois bem, Roger Moreira, vocal e líder da banda Ultraje a Rigor tem um QI de 160. E sabe o que ele faz?? Posa pelado pra revista gay, toca guitarra, solta piadas durante seus shows e evita vôos de avião, porque tem medo! Enfim, se diverte como ninguém! Isso é ser inteligente!


Sábado, 22 de Outubro - CIE Music Hall, Moema SP


Mais um show. Mais um Acústico na lista interminável da Mtv. Dessa vez com a banda mais escrachada e divertida do cenário Rock Nacional. Eu sinceramente achava que para o Ultraje, caberia um 'Ao Vivo', mas como eles já haviam lançado o "18 Anos Sem Tirar" em 1999 que, por sinal é um puta dum disco, ok... vamos lá!

Gravado em junho, dias 21 e 22 em SP, CD/DVD Acústico Mtv é aquilo que o Ultraje é. Sem firulas, rock n roll totalmente for fun, sem preocupação com letrinhas de efeito ou coisas do tipo. Sem convidados especiais e apenas um arranjozinho orquestral em "Vamos Invadir Sua Praia". Puro e seco!

Todos da banda, com exceção de Ricardinho - violão base, já fizeram parte de alguma formação do Ultraje. Mingau, que já foi até do Ratos de Porão no baixo, Sérgio Serra no solo, Bacalhau na batera e Roger, o homem do QI de 160, no vocal. Esta formação está junta há uns 2 anos. De apoio no acústico, temos Manito, uma lenda viva, ex-Mutantes que cuidou muito bem dos sopros e da cozinha na percursão. Oswaldinho Fagnani no piano, e Paulinho Campos no back vocal completam o suporte. Esses camaradas também fazem parte do projeto paralelo do Roger, "A Fabulosa Orquestra de Rock n Roll", gravado ao vivo no Rádio Clube em SP, com cara de rock dos anos 50 e 60.


Atraso no show. Parece que houveram problemas com a energia no CIE Music Hall.

Uma hora e pouco além do marcado, sobem as cortinas e banda abre com "Zoraide", emendando com "Independente Futebol Clube" - com a já esperada participação da platéia - "Filha da Puta" e "Inútil". Boa noite da banda para a platéia e vem a versão da música do The Who, "I Can't Explain", batizada de "Eu não Sei" e gravada originalmente pelo Ira.

Roger dá uma descansada. Chega a levantar, se alongar, fazer uns polichinelos, solta umas piadinhas e deixa os vocais a cargo de Mingau que manda "Jesse Go".

O formato é acústico, mas dá para ver que o peso e arranjos das músicas não perdeu em nada com a substituição duvidosa de guitarras por violões. Digo duvidosa, porque aquilo que o Sérginho Serra estava tocando não era um violão. Era uma Guitar Semi-Acústica. E esse é um cara que se empolga. Minha parceira de show chegou a comentar: "- Esse camarada é meio estranho..." E vcs sabem, se mulher falou, é porque algo tem. Brincadeira, Serginho! O cara é o um showman. Ajoelha, empina a guitarra, se joga no chão, poga! Faz o diabo e manda bem nos solos das músicas. Um grande guitarrista.

O set list do show vai seguindo o do CD - pularam "Ah, Se Eu Fosse Homem". Roger escreveu na última hora a música "Cada Um Por Si", uma letra non sense, mas que cabe tranquilamente no repertório do Ultraje.

Uma coisa muito legal dos shows do Ultraje é que eles nunca deixam de tocar os hits. E fala a verdade, quando você vai ver uma banda ao vivo você quer o que? Os hits, óbvio! O Ultraje não decepciona e abre o baú:

"Sexo" que não está no CD, "Pelado", "Nada a Declarar"

Uma crítica. No começo do show o som estava muito ruim. As vezes parecia um amontoado de timbres sem nexo. Nesses, casos, após duas ou três músicas a mesa de som consegue chegar na equalização correta e tudo segue bem. Não foi o caso aqui, mal se conseguia ouvir Roger, quando ele gracejava com a platéia ou com a banda entre as músicas. E durante o som então, sem comentários. O CIE Music Hall fez feio no som desta noite.

Pouca gente sabe, mas a versão de "Cíume" gravada no Acústico é a versão que Roger queria gravar originalmente, com o refrão acelerado e as estrofes "na boa". Ficou legal, mas acho que o produtor da época acertou. A versão inteira na porrada é ducacete.

O ponto de destaque é o baterista Bacalhau. Ex- Little Quail e Ex-Rumbora, o cara é um animal na bateria. Bate forte e numa rapidez incrível. Chega a dar umas pancadinhas na cabeça. Se você tem alguma aspiração a ser baterista, vá ver o Bacalhau tocando em algum lugar. Quando menos esperar, você estará tocando 'Air Drums'! Mais um comentário da minha parceira: "Nooossa! Isso aí é que é tocar bateria, não é??" Sem dúvida, é isso mesmo! E dizem que a Meg White do White Stripes é baterista...

E pra completar a pagação de pau, o cara ainda faz vocal em "Ponto de Ônibus". Grande Bacalhau, a performance na batera valeu na boa 1/3 do ingresso!

O Show foi curto, terminando com "Nós Vamos Invadir a Sua Praia". E vocês acreditam
que teve gente que foi embora?

Azar! Perderam a primeira parte do bis que teve um versão de "Marylou" com ínício totalmente reggae. Ainda vieram "Giselda", "Eu Gosto é de Mulher", "Rebelde Sem Causa", "Eu Me Amo".

Saíram de novo! Mas já?? Nada, voltaram e aí foi só diversão. "Terceiro", rolou cover dos Beattles "This Boy", uns blues, Ricardinho cantou uma de seu homônimo Little Richard e teve até aquela, escrita por Edgar Scandurra, "O Chiclete", onde rola a apresentação da banda.

No total foram 2 horas e pouco de show. Os caras não se intimidaram com essa de acústico. Pra falar a verdade, com exceção de "Ciúmes", os arranjos são praticamente os mesmos. Dá a impressão que os caras pegaram o violão e tocaram praticamente do mesmo jeito, todas aquelas músicas que com certeza, por mais non-sense que sejam, você já cantarolou por aí. Só não foi nota 10 porque o CIE pecou no som. Mas enfim, como já disse Roger: "Inútil!!! A gente somos inútil!!!".

MM tem 28 anos, sempre achou que shows do Ultraje a Rigor são sinônimos de diversão garantida e recomenda que você não saia dessa vida sem ver um.

O Rappa demora pra subir no palco... mas detona tudo em São Vicente

Centro de Convenções de São Vicente - 08/10/2005

(por MM em 21/10/2005)



originalmente postado em http://ricardobunnyman.sites.uol.com.br/


“-O Rappa!! O Rappa!! O Rappa!!”. – grita a galera em coro.

Sábado, 8 de Outubro de 2005, Centro de Convenções de São Vicente.

Acredito que a banda está no seu melhor momento, apesar de muitos (inclusive este que vos escreve) acharem que, uma banda que deixa de ter Marcelo Yuka como principal letrista e idealizador, tem que ralar bastante para se manter.

Isso o Rappa está fazendo. Quem vê a agenda dos caras, seja no site ou em fã-clubes, percebe que shows são quase diários. E a banda procura se renovar. Acabou de gravar um Acústico Mtv, formato sempre criticado por ser uma maneira de levantar bandas que caíram no ostracismo. Falcão já percebeu as críticas e lá em São Vicente, falou bastante sobre o assunto. Disse que o Rappa fez um disco “muito foda”, que se dedicaram muito para que o resultado fosse algo que agradasse a quem é fã, e prometeu, na frente de umas três mil pessoas que o Rappa nunca, nunca fará um disco igual ao outro. Valente!


Vi minha primeira apresentação do Rappa há um bom tempo. Quando os hoje enormes dreads de Falcão não passavam de um “cabelo de negão despenteado”. Não me lembro onde, nem quando, provavelmente foi em um destes festivais que costumávamos ter. E duas coisas não mudaram, a maneira insana e nervosa como Falcão solta seus petardos e o atraso na hora de começar o show. – já é meio conhecida a história de que o Rappa costuma esperar a lotação do local da apresentação para subir ao palco. E nessas o show, que era pra começar as 22 horas, começou mais de uma da manhã.

Depois de um bom tempo escutando Black Music que saia repetitivamente das caixas de som, apagam-se as luzez e o DJ Negralha liga seus toca-discos, iniciando a galera no coro:

“O Rappa!! O Rappa!! O Rappa!!”.

Os quatro telões, que durante todo o tempo ficam projetando imagens de comunidades do Rio e motivos engajados, alternam entre o nome da banda e o nome do disco atual, que é a base do show ´O Silêncio que Precede o Esporro’.

Inicio com O Salto II, e logo O Salto. Puta porrada, fazendo todo mundo pular e cantar junto. O que eu mais gosto dessa música são os teclados do Marcos Lobato, dá uma cara legal, principalmente no refrão “E regar as flores no deserto...”

Falcão foi o último a entrar na banda, mas não dá para negar que ele faz o papel de frontman muito bem e se sente à vontade na função. A banda é formado por Xandão (guitarra), Lauro Farias (baixo) e Marcelo Lobato (bateria, que tocava teclado antes da saída de Marcelo
Yuka) e tem a participação do DJ Negralha (pick-up e carrapetas), Cléber (percussão) e Marcos Lobato (teclados), todos fazem o seu muito bem, mas parecem que já estão ensaiados para os shows acústicos que virão. Ficam meio imóveis, o que faz com que Falcão se destaque ainda mais, já que ele não pára de pular, balançar as dreads e agitar a galera. Vale comentar que Falcão nunca se refere a ele apenas, e sempre a “O Rappa”. Prova disso, é a participação dele no Disco/DVD Acústico Bandas Gaúchas, onde ele canta a música “Dívida” com a banda Ultramen. Ele tá sempre lá, dizendo “O Rappa agradece”, “O Rappa e Ultramen”... É isso aí brother, Humildade Sempre!

Vamos pra música! Além do disco novo, rolam sons de Instinto Coletivo, Lado B Lado A e Rappa Mundi.

“Me Deixa”, “Lado B/Lado A”, “Papo de Surdo e Mudo”, “Rodo Cotidiano” – com o coro final de “Oh Oh Oh Oh, My brother”, “Ninguém Regula a América”.

Nessa última, o telão que tem papel importante no geral do show, faz participação mais que especial. As reações que ele provoca ao mostrar uma foto de George Bush, e depois simulando um spray vermelho fazendo um X sobre ela, é duca. A galera grita, manda tomar no cú, mostra o dedo, manda se foder...neguinho fica nervoso mesmo! Originalmente gravada em parceria com o Sepultura, tendo o monstro Derick de backing vocal, essa som tira qualquer um do chão, principalmente na parte final, onde fica mais acelerada . Haja fôlego!!

Rolou até um princípio de briga, causado por uma roda de pogo um pouquinho mais animada. Coisa completamente normal em um show desse estilo.

O local, um galpão bem grande, estava lotado, mas nada desesperador. Dava para assistir numa boa, sem maiores problemas. Claro que sempre rolam uns empurrões, uma “MaryJane” aqui e ali, mas é de se esperar, afinal, como um amigo meu costuma dizer: ‘-Quer conforto? Va ver ópera!’

Falcão lembra o momento político que o país está passando falando pra que nós guardemos bem a cara desses ‘filhos da puta da política’. Fala que a época do Collor foi fichinha perto do que está acontecendo agora:

“-Brother, agora são 5 bilhões!! 5 bilhões!! Não basta roubar pouco não, tem que levar é logo tudo! Puta que o pariu!!! Mas vamos de música, porque aqui é só música brother!”

“Homem Bomba”, “Linha Vermelha”, “Mar de Gente”, “Ilê Aye”, “Pescador de Ilusões”, “Hey Joe”, “Vapor Barato”


Antes de “Minha Alma”, Falcão diz: “Essa música é muito mais de vocês do que da gente”.

Esse foi provavelmente o último show “elétrico” do Rappa. No mês de novembro começa a turnê do disco acústico, provavelmente no Olympia em SP. Falcão mais uma vez fala que o disco ficou foda! Que a galera aguarde.

“Reza Vela” - Fim do show, sem bis (afinal, são mais de 4 da manhã!), serviço bem feito. A banda se despede, a galera aplaude. O show foi muito bom, valeu a pena esperar!

Mais uma vez, Falcão:

“Humildade brother... sempre!”


MM tem 28 anos, não é crítico, jornalista e nem tem tais pretensões, apenas é louco por música e não perde a oportunidade de ver um showzinho.