quarta-feira, novembro 26, 2014

Eu estava no primeiro show das Malaguetas...


Malaguetas no primeiro show! Eu Fui!!!




Eu estava no primeiro show das Malaguetas*...  Esse show foi em um festival improvisado dentro de um condomínio. Exatamente daquele jeito que todo primeiro show de uma banda de rock deve ser: estrutura precária, uma lona tentando proteger o palco da garoa fina que resolveu prestigiar, equipamentos medianos, som parecendo uma montanha russa... as vezes baixo demais, as vezes sangrando os ouvidos. E foi assim que rolou esse show. 

Mesmo tendo características parecidas com diversos outros primeiros shows de bandas de rock que eu vi – e eu já vi muitos - esse foi diferente. Diferente porque era o primeiro, mas as Malaguetas tocaram como se fosse o último show delas. Tocaram com seriedade, mas com diversão em cada acorde na guitarra, em cada virada na bateria, em cada cavalgada no baixo, em cada palavra no vocal. Tocaram para se divertir e para divertir. Tocaram se olhando e sorrindo umas pras outras. Tocaram curtindo junto com a platéia. E a platéia curtiu e sorriu de volta!  E foi assim que rolou esse show.

O set list construído com influências diversas não foi daqueles criados para agradar a todos. Até porque agradar a todos dá muito trabalho... são sábias essas meninas Malaguetas. Começou com Joan Jett e terminou com Rage Against The Machine. E lá no meio teve The Runaways, Beatles e Osbourne, entre outras. Sentiu a responsa? Set list para subir a temperatura e deixar uma única expressão no ar: Rock N Roll For Fun! E foi assim que rolou esse show.

Tive a oportunidade de vê-las em outros shows depois desse. Em locais com estrutura melhor, som mais equalizado e tals.  Já está claro: Onde quer que as Malaguetas toquem, vai junto com elas toda essa vibe e energia. As meninas fazem som de gente grande. Gente grande que gosta de Rock!

Não teve jeito... virei fã das Malaguetas... e que seja sempre assim que rolem os shows!
Malaguetas na veia!!!!!

*as Malaguetas são uma banda de meninas que gostam de Rock e tocam Rock. Simples assim.


domingo, julho 13, 2014

13 de Julho - Dia Mundial do Rock - Repost

Não vou comentar de onde veio esta expressão “RocknRoll”, nem quem foi ou se diz pai da matéria, nem quem foi ou se diz a grande banda de Rock de todos os tempos. Isso deve sair em um monte de lugares por aí. Aqui, vou falar que eu gosto de rock. Hoje praticamente gosto de quase todo tipo de Música (com M maiúsculo), vou além das guitarras distorcidas e solos velozes, mas tudo começou com o Rock. Influenciado pelo meu irmão mais velho, passei a gostar de Rock, Punk, conheci os medalhões da história e elegi minha banda de cabeceira:

 ( Up The Irons!! )

Aprendi a arranhar violão, depois enveredei pela guitarra e hoje faço uns “batuques” na bateria. Gravei um cd por curtição com uns amigos, montei uma banda, gravei outro cd pra mais curtição e confesso que ultimamente sinto falta de um bom show de Rock. Escrevi reviews de shows que vi, e até de shows imaginários que, infelizmente, não puder ver. Fui influenciado e influenciei um monte de gente.

Só pedi um único autógrafo na vida. Foi para o Marcelo Nova, fundador e eterno líder da banda Camisa-de-Vênus. E mesmo assim, só pelo fato de que nascemos no mesmo dia do mesmo mês em anos diferentes. Em um destes “nosso” aniversário, encontrei com ele em – onde mais? – uma loja de discos. Ah, e também pelo fato de que eu nasci na exata data em que Elvis Presley morreu – contei isso ao Marceleza que escreveu no autógrafo: "Grande Marceleza! Morrem reis e nascem reis! Grande abraço!"

Resolvi fazer um “inventário” de alguns dos shows que vi - algumas bandas por bem mais que uma vez. Nem todos podem ser considerados do Rock, mas com certeza, de alguma maneira, todos foram influenciados ou influenciadores. Meu único arrependimento nesta área é não ter visto Ramones ao Vivo. Foi maus... "One, Two, Three, Four" Forever!!



Fica o refrão de uma musica do Kiss que diz:

“God gave rock and roll to you, gave rock and roll to you
Gave rock and roll to everyone (oh yeah)
God gave rock and roll to you, gave rock and roll to you
Put it in the soul of everyone”



Meu Inventário do Rock:
Nacionais:

angra
arnaldo antunes
barao vermelho
biquini cavadao
cachorro grande
camisa de venus
capital inicial
cassia eller
charlie bronw jr
cidade negra
cpm 22
emerson nogueira
engenheiros do hawai
ira
jota quest
kid abelha
leo jaime
lulu santos
marcelo d2
marcelo nova
nando reis
nenhum de nós
o rappa
os paralamas do sucesso
pafo fu
pitty
planet hemp
plebe rude
raimundos
rita lee
rpm
rumbora
sepultura
skank
titas
ultraje a rigor
velhas virgens
viper


Internacionais:

acdc
agent orange
alice in chains
bad religion
bb king
black sabbath
buddy guy
deep purple
depeche mode
doors 21 century
echo and the bunnyman
evanescence
faith no more
foo fighters
green day
guns n roses
inxs
iron maiden
kiss
l7
lenny kravitz
little richard
live
living colour
metallica
morrissey
new order
nirvana
oasis
offspring
pearl jam
red hot chilli peppers
smashing pumpkins
soul asylum
supergrass
the cult
the cure
the sisters of mercy
tsol
u2
white zombie


Veja o vídeo abaixo e, talvez, perceba...
Sim, eu estava lá!!

segunda-feira, junho 23, 2014

Heeeeey, Eu quero ser seu amigo de novo!!!

Eu disse, Heeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeey, eu quero ser seu amigo de novo!!!!!

Sensacional! Me diverti muito nesse show desses caras. Rock N Roll For Fun total, sem nenhuma pretensão!
E o local então? Circo Voador é "cRássico"!

Saudades de um show desse aqui -> RoseBombom

Com vocês, a última grande banda nacional criada para fazer rock n roll puro (na minha opinião totalmente irrelevante!): Cachorro Grande!!






Hey Amigo

Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Porque a gente sabe
Que a gente sabe demais
Sobre nós dois
Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Porque a gente sabe
Que a gente sabe demais
Sobre nós dois
Conte comigo se você precisar
De um amigo para desabafar
Noite e dia
Toda hora pela madrugada
Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Hey, eu quero ser
Seu amigo de novo
Porque a gente sabe
Que a gente sabe demais
Sobre nós dois
Talvez você não irá encontrar
Alguém com quem você possa falar
Noite e dia
Toda hora pela madrugada

quinta-feira, junho 19, 2014

O baterista (Por Lobão)

Eu, como baterista amador 70% autodidata (somente recentemente resolvi fazer aulas de bateria), me identifiquei um pouco com esse texto do Lobão.


Matéria original publicada em 03/05/14 por Lobão (Veja)

Um dia desses, em visita a uma redação de jornal, uma das editoras, talvez por ca­coe­te de profissão, perguntou qual era a minha formação. Sem pensar muito, respondi: “Sou baterista. Baterista autodidata”.

Refletindo melhor depois, vi que a resposta não poderia ser outra. Penso como baterista, percebo e deduzo o mundo ao meu redor como baterista. Expandi meu universo de interesses e angariei uma série de outros ofícios a partir desse.

Tocar bateria, pra mim, se confunde com o tempo em que aprendi a andar. Talvez por ter adquirido sozinho e tão cedo essa habilidade, acabei por desconfiar de qualquer tipo de professor que não fosse aquele que designasse.

Todas as pequenas descobertas que fazia quando criança, e que me causavam intensas alegrias, eram sempre relacionadas ao fato de tocar bateria: todo número ímpar somado a si mesmo vira par. Toda proparoxítona é uma quiál­te­ra. O ritmo ternário induz ao círculo, à espiral — daí a valsa. O binário tem a ver com o sexo, com a guerra — por isso o samba, a marcha.

Todo problema virava uma questão a ser resolvida através da bateria. Ansiedade? Ah, se eu puder tocar cada vez mais lentamente, aniquilarei a ansiedade! Sim, pois se você estiver ansioso jamais conseguirá seguir um andamento lento com conforto e naturalidade (experimente baixar no seu celular um daqueles aplicativos de metrônomo e tente acompanhar um ritmo qualquer com os dedos. Em seguida, vá diminuindo gradativamente o andamento e verá a dificuldade que é manter a precisão na proporção em que ele cai).

Percebi que, quanto mais se tem domínio sobre o andamento lento, mais maturidade musical se adquire. E isso vale para o resto das coisas da vida. Do sexo à conversa de botequim.

Quem sabe toda criatura que ama seu ofício seja conduzida a enxergar o mundo sob a ótica dessa atividade. Para mim é assim. A bateria me apresentou conceitos como temperança, arrojo, contenção, paciência, concentração, precisão e também convicção (essa não tem porcentual: se você é 99,9% convicto, você é um vacilão). Também me ensinou a ver o outro: para saber tocar, antes de mais nada, é preciso aprender a ouvir. E a respirar, imaginar, entender o silêncio e o tempo.

Minhas primeiras indagações sobre a alma tiveram a mesma origem: vieram da relação de gratidão que passei a ter com a minha independência motora. Afinal, se eu possuía membros de uma solicitude comovente (meus pés, meus braços, meu calcanhar — todos em sincronia com a minha vontade), onde minha alma habitaria? De onde partiria a vontade de organizar as ordens para o resto do corpo? A partir de que ponto eu não teria mais a fronteira que separa o que é meu (meu corpo) do lugar que eu verdadeiramente habito?

E assim, impelido pela curiosidade e pela autoconfiança que a bateria me proporcionou, parti para outras várias atividades. Escrever foi uma das primeiras. Quando escrevia, sentia que as vírgulas eram as viradas dos tambores. A exclamação, a explosão dos pratos. A poesia, o fluir sonoro de uma levada.

Tocar um instrumento nos desenvolve profundamente como indivíduos e nos educa para conviver numa coletividade — o aprendizado deixa clara a ordem natural das coisas: primeiro é preciso construir-se.

Por isso decidi fazer esta pequena homenagem ao meu principal e primevo ofício — um sinal de gratidão e amor àquilo que me tornou uma pessoa melhor, mais útil e mais criativa. Desejo do fundo do coração que cada leitor experimente intensamente essa paixão.

The Iron Drummer - Presente da minha amiga Glaucia Miatto

domingo, maio 11, 2014

School of Rock - Rock us!!!

Agradecimento a equipe, colegas e todos da School of Rock!





https://www.facebook.com/schoolofrocksaopaulomoema
@schoolofrock_sp


Meus troféus:


Minha música preferida!

Você gosta de música? A pergunta é meio boba não é? Afinal, quem não gosta de música? Eu não conheço ninguém que não goste…
Bom, vou partir do princípio de que você gosta…

Você deve ter uma banda preferida, um cantor, uma cantora, um músico, sei lá… Se você gosta de música você deve ter uma preferência por alguém…

Ah, e você deve ter uma música preferida também…
Música preferida é um troço complicado. Não dá pra ser uma só. Pra mim, a música preferida depende não só da banda, mas do momento. Tem horas que a minha música preferida é “For Whom The Bell Tools” do Metallica. E tem horas que é “Wave” do Tom Jobim. Percebeu como é complicado? Ás vezes eu vou de manhã pro trabalho ouvindo uma e volto a noite ouvindo a outra. Ou seja, é o momento que define isso. Mas, sendo heavy metal ou bossa nova, a música preferida é aquela que quando toca, te leva pra alguma dimensão individual, algum universo paralelo, onde nada mais importa. Só ouvir aquele som.

Agora… você já viu (e ouviu) a sua banda preferida tocando a sua música preferida?

Eu já. Inúmeras vezes!

A minha banda preferida é o Iron Maiden. Eu lembro que entre 86 e 88 eu ouvi uma música do Iron Maiden. Não lembro qual, mas gostei. Mas o lance aconteceu em 93. Tinha um cara no trabalho que estava vendendo toda a coleção dele de discos do Iron Maiden (em Vinil!). Eu comprei. Sem saber o que tinha, quantos discos eram, se estava completa ou não. Eu sou impulsivo com música. Fui pra casa, ouvi todos os discos, um por um. E gostei de todas as músicas que ouvi. E isso define pra mim o que é banda preferida - é aquela que eu gosto de todas as músicas. Simples assim. Já tive umas histórias legais por causa do Iron Maiden (essa, por exemplo). Já fui até operado ao som de Iron Maiden por uma médica que era fã dos caras e colocou pra tocar na sala de cirurgia, quando descobriu que eu gostava.

Mas voltando…
A minha música preferida quando se trata do Iron Maiden é Wasted Years. Ela foi lançada em 1986 como single do disco Somewhere in Time. Ë uma das poucas músicas escritas pelo Adrian Smith, um dos guitarristas da banda.

Foi escrita durante alguma turnê, não sei qual. A letra fala da saudade de casa. De ficar longe dos seus. E dos problemas que isso te traz. Eu nem entendia inglês quando fiz dessa a minha música preferida da banda. Mas o fato é que vira e mexe, ocorreram períodos na minha vida que por questões profissionais e algumas pessoais, eu tive (tenho) que ficar longe da minha casa. E era foda. Eu sentia saudades da minha própria casa de uma maneira quase doentia. Era ridículo. As vezes não eram nem 5 dias fora, mas eu já ficava puto. Tão puto que até mudei de emprego, não só por causa disso, mas com certeza foi um dos fatores. (É óbvio que, quando a viagem é a passeio, a coisa muda!)

Bom, eu estava falando de música…
Eu achava que nunca veria a banda tocando essa música ao vivo. É velha, não estava nos set list. Até que um dia, eles resolveram recriar a turnê de lançamento do disco Somewhere in Time. E “Wasted Years” estava nessa turnê. Não acreditei que veria. Mas vi… uma, duas, três vezes. Fui a dois shows em estados diferentes no Brasil dentro de um período de 7 dias.

A sensação de ver e ouvir a sua banda preferida tocando a sua música preferida é realmente de outro mundo. Todo mundo devia sentir essa sensação. Do ponto de vista racional é até meio bobo, pois são ali 3, 4 minutos e pronto, acabou. Mas sinceramente eu desconfio de quem é muito racional…

Eu já disse pra algumas pessoas: A música tem o poder de salvar vidas. Eu tenho um livro chamado “Noite passada uma música salvou a minha vida”. O livro é médio, mas o título é ótimo. Ainda vou escrever na parede da sala.

Esse ano eu vi de novo: Iron Maiden tocando Wasted Years. Estou mais velho, já não pulo tanto, não tenho tanto fôlego pra berrar a letra a plenos pulmões como fiz nas primeiras vezes. Sou mais contemplativo. Mas a sensação estava lá. Aos primeiros acordes, me arrepiei. Ouvi a letra, cantei em silêncio (pode isso Arnaldo?), entrei no clima e devo ter ido passear em algum universo paralelo, ignorando as trocentas mil pessoas ao meu redor. 5 minutos e pouco de energia total. Revigorante! Enquanto Mr Bruce Dickinson cantava os versos abaixo, eu acompanhava balançando a cabeça lentamente de olhos fechados.

Ao final, abri os olhos, aplaudi. Olhei pro lado e percebi um garotinho de uns 12 anos me olhando fixamente. Tive a sensação que ele ficou me olhando a música toda. Ele continuou me olhando, fez o símbolo do Heavy Metal com a mão ( o chifrinho com o indicador e o mínimo) e riu. Eu devolvi o gesto e tive a certeza: Esse garotinho experimentou a sensação! Essa música é foda!



Wasted Years

From the coast of gold, across the seven seas
I'm travelling on, far and wide
But now it seems, I'm just a stranger to myself
And all the things I sometimes do, it isn't me but someone else

I close my eyes, and think of home
Another city goes by, in the night
Ain't it funny how it is, you never miss it til it's gone away
And my heart is lying there and will be til my dying day

[Chorus]
So understand
Don't waste your time always searching for those wasted years
Face up...make your stand
And realize you're living in the golden years

Too much time on my hands, I got you on my mind
Can't ease this pain, so easily
When you can't find the words to say, it's hard to make it through another day
And it makes me wanna cry, and throw my hands up to the sky

[Chorus]
So understand
Don't waste your time always searching for those wasted years
Face up...make your stand
And realize you're living in the golden years

Anos Perdidos

Da costa do ouro, atravessando os sete mares,
Eu estou viajando, muito distante.
Mas agora parece que eu sou um estranho para mim mesmo.
E todas as coisas que algumas vezes faço, não sou eu, mas um outro alguém.

Eu fecho meus olhos e penso em meu lar.
Outra cidade passa, na noite.
É engraçado não é, você nunca sente falta até perder
E meu coração descansa ali e alí ficará até o dia de minha morte

[Refrão]
Então entenda:
Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos.
Encare... tome posição.
E perceba que você vive nos anos dourados.

Muito tempo em minhas mãos, eu tenho você em minha mente.
Não consigo aliviar esta dor tão facilmente.
Quando você não consegue achar as palavras para dizer, é difícil aguentar um outro dia.
E isso me faz querer chorar e erguer minhas mãos para o céu.

[Refrão]
Então entenda
Não perca seu tempo sempre procurando aqueles anos perdidos.
Encare... tome posição
E perceba que você vive nos anos dourados.




Black Sabbath - Aos mestres... A reverência!! (repost)

Épico, Histórico, Sensacional - Sabe aqueles momentos em que você olha pro céu e agradece ao seu Deus (seja ele qual for) por algo? Pois bem, acredito que na última sexta-feira, 70 mil pessoas fizeram isso!

I can’t fuck hear you!!!

Sexta-feira, 11 de Outubro de 2013, Campo de Marte - SP

É indescritível. Só quem esteve lá pra saber. Finalmente o Black Sabbath tocou no Brasil com sua formação 75% original ( o baterista Bill Ward não embarcou nessa de “reunião” e preferiu ficar em casa ).

Desde o anúncio do retorno da banda, da gravação do disco e da turnê, amantes do Heavy Metal do mundo inteiro ficaram ansiosos. E a banda entregou muito mais do que era esperado. No disco, na turnê, nos shows.

O Black Sabbath tem 43 (43!!!!!) anos de carreira. Ok, pararam por um tempo aqui, trocou o vocal ali, mudou o nome acolá, blábláblá. Mas o fato é que os caras são quase uma unanimidade. Eles são os pais de tudo. Os responsáveis. Os precursores. Os deuses do Heavy Metal, que provavelmente não existia antes deles lançarem “Black Sabbath” em 1970 - o disco de estréia.

O show
Ah, claro, a banda de abertura: o Megadeth. Eu não conheço Megadeth. Conheço 1 música - Symphony of Destruction. Conheço a história do Dave Mustaine, que era do Metallica, e saiu porque, reza a lenda, abusou das drogas. E só. Respeito, mas não conheço... então não posso falar. Pela reação da platéia ao meu redor, o show foi bom.

O Black Sabbath - Ôô ôôôôôô
Eu já tinha visto Ozzy duas vezes anteriormente. Uma vez no Parque Antarctica - onde eu estava com as duas pernas operadas e tive que ficar apoiado nos amigos. Outra vez no Anhembi, onde choveu tanto, tanto que eu quase morri afogado.

O show começou antes do previsto, uns 20 minutos. Luzes já apagadas e de repente, a voz do tiozinho sequelado mais legal do mundo começa com o seu “Ôô ôôôôôô”. Sirenes saindo das caixas. A cortina preta subiu e eles estavam lá: Ozzy Osbourne, Tony Iommi, Geezer Butler e o baterista contratado para os shows, Tommy Clufetos. A música: “War Pigs”. Juro, eu vi metaleiro com 2 metros de altura e cara de mau... com lágrimas escorrendo no rosto!

O som estava ótimo, na altura certa (pista premium), os telões tinha boa definição, não estava absurdamente lotado. Não dava para acreditar que tudo estava tão bom!

Ozzy tem 64 anos. Corre de um jeito engraçado de um lado para o outro, se apóia no microfone e balanca a cabeleira, bate palmas no estilo polichinelo, molha o rosto em um balde de água e tem um repertório de poucas frases que repete durante todo o show:

  • I cant fuck hear you! ( colocando as mãos nos ouvidos )
  • God bless you all! We love you! ( a cada final de música )
  • Go crazy!! C’mon!!! ( no meio de todas as músicas )
Ôô ôôôôôô ( regendo a platéia como se fosse um maestro )

Ozzy é um show a parte. Poder vê-lo ali, gritando as letras que, segundo dizem, ele mesmo não entende, é sensacional. Tony Iommi é provavelmente o cara que mais sabe fazer ( e fez ) riffs de Heavy Metal. Isso porque ele não tem a ponta do dedo médio e do anelar da mão direita, a mão que faz os acordes. Está enfrentando um linfoma que lhe obriga a tomar remédios fortes a cadas seis semanas. Disse que vai tocar “até quando for possível”. Força!
Geezer Butler - o cara que batizou a banda com o nome Black Sabbath, começou como guitarrista, mas resolveu ficar no baixo mesmo. E escrever letras. Escrever músicas. Músicas como N.I.B, Heaven and Hell, War Pigs, Sympton of the Universe, Iron Man and Computer God. Todas dele. Todas!

O "cara" que escreveu "Paranoid" & "N.I.B." - Fonte:Uol


Depois de “War Pigs”, veio “Into The Void”, “Under the Sun/Everey Day Come” e “Snowblind. 
Nesta última, jogaram um morcego de borracha no palco. Ozzy pegou, sorriu e jogou de volta para a platéia. Fico me pergutando quantas vezes esse ato se repetiu ao longo de todos esses anos.

Veio a primeira música nova, “Age of reason”. Deu pra perceber que nem todos conheciam, mas a recepção foi boa no geral. O disco “13” é muito, muito bom. Todos os ingredientes com a assinatura do Black Sabbath estão lá. Tem clima sombrio, tem baixo forte, os riffs animais, tem o assunto religião. Do jeito que um disco do Sabbath é.

Aí meu amigo, veio “Black Sabbath”. Considerada por muitos a primeira música de Heavy Metal da história. Ouvir o Black Sabbath tocá-la em 2013 é algo que eu nunca acreditava que poderia acontecer. E no final, o telão mostrou Tony Iommi fazendo o símbolo do Heavy Metal discretamente com a mão. Valeu o ingresso!

Mas ainda tinha muito mais. Tinha “Behind the Wall of Sleep”. E no final, o momento do Geezer fazer um rápido solo de baixo, que culminou na introdução de “N.I.B”. Essa introdução, tocada daquele jeito, naquela altura, fazia reverberar tudo ao redor. Simplemente animal!

Veio a segunda música do disco novo “End of the Beginning”. Puta som, puta música! Introdução soturna, mudança de tempo, bateria forte. A única ressalva: é uma música longa... quase 9 minutos! Poderia ser substituída por umas duas das clássicas, mas ok.

Os Mestres. Fonte: Uol

“Fairies Wear Boots”, “Rat Salad” e iniciou-se o solo de bateria de Tommy Clufetos. Quem gravou a bateria do disco “13” foi Brad Wilk, do Rage Againt the Machine. Para os shows, Tommy,  baterista da banda solo do Ozzy, é o responsável. Seria muito bom ver o baterista original, Bill Ward, tocando na banda e assim ver 100% do Sabbath. Guitarristas podem tocar até ficarem bem velhinhos como BB King(que tem 88 anos), ou Jeff Beck (que tem 69 anos). Baixistas também... mas bateristas precisam de um pouco mais de vigor físico para tocar. -  Ok, Charlies Watts, dos Stones, tem 72... mas ele toca beeeeem devagar, certo? - Em resumo, Bill Ward não teria a pegada necessária. E temos que tirar o chapéu para a escolha do Sabbath: Tommy Clufetos é um monstro. Ataca sua bateria com uma fúria absurda. Sem firulas, sem marabalismo, faz o que tem que fazer. 

Normalmente solos de bateria são uma coisa meio chata, mas esse cara veio mostrar serviço. Certas horas dava impressão que tinha mais alguém tocando, não era só ele.
E claro, o final do solo de bateria é o momento perfeito para ficar batendo no bumbo e introduzir “Iron Man”. Não preciso falar o efeito que essa música causa em quem gosta de Rock n Roll. Cantada (berrada) do começo ao fim por 70 mil pessoas!

A música seguinte foi “God is Dead?”, single do disco novo, a mais conhecida. Por esse motivo foi a que mais agitou das três nova tocadas. Ozzy anunciou “Dirty Women” dizendo que gosta de garotas safadas, e o telão atrás da banda exibia imagens antigas de mulheres seminuas. RocknRoll e Sexo: juntos desde que o mundo é mundo.

Seguindo o script dos shows, Ozzy gritou para a platéia:
“Vocês estão loucos? Fiquem loucos!!! Se vocês ficarem loucos, nós vamos tocar mais músicas!! Go fucking crazy!!!”

E começou “Children of the Grave”. Riff clássico. Até o Ozzy fez sinal de reverência a Tony Iommi. Se o cara faz aqueles solos sem ter sensibilidade nos dedos...

Detalhe dos "dedos postiços" do Tony Iommi. Fonte:Uol

Já sabíamos que o show estava no final, e essa música foi um êxtase total. Na platéia só tinha gente sorrindo, um bando de marmanjos, carecas, barrigudos, todos sorrindo como criança quando ganha doce.

A banda saiu, ovacionada, um barulho ensurdecedor. Então, depois de poucos minutos, a voz de Ozzy puxou o coro de “one more song, one more song”. Voltaram, e Iommi tocou a introdução de "Sabbath Bloody Sabbath" pra depois emendar em Paranoid. Foi uma versão um pouco diferente, um pouco mais lenta do que a versão que o Ozzy toca nos shows solo, mas... é “Paranoid”. Fico imaginando quantas bandas surgiram, quantos moleques compraram guitarras, quantas baquetas foram quebradas por causa dessa música. Está no meu top five das músicas de RocknRoll. Eu toco em uma banda, e esta é a única música que tocamos em TODOS os ensaios.

Acabou.  A sensação era de ter feito parte de um momento histórico. Uma aula com os verdadeiros mestres. O Black Sabbath. A banda responsável por tudo ao redor quando se trata de Heavy Metal. Ozzy é o verdadeiro Deus Metal. Que ele continue até onde der, dando seus gritos, suas corridinhas estranhas no palco . Ele agradeceu, disse que nos amava mais uma vez. E pediu mais uma vez que Deus nos abençoasse. Amém, Ozzy... Amém!

Marcelo Machado tem 36 anos e trocaria facilmente um rim, um dedo e duas costelas pela habilidade em fazer solos como Tony Iommi faz.

++++++++++++++++++++++++++

Abaixo, vídeos de War Pigs, N.I.B. e um bônus.
Agradecimentos aos caras que tiveram o dom de filmar as músicas por inteiro e compartilhar!


War Pigs - 2013 - Campo de Marte



N.I.B. - 2013 - Campo de Marte



Mettalica & Ozzy (percebam a reverência do Metallica, a felicidade do James Hetfield ao tocar junto com o Ozzy. No final, o baterista e fundador do Metallica, Lars Ulrich, diz: "Este cara é a razão pela qual estamos aqui!")




sábado, maio 10, 2014

Meus troféus!

Tô exausto, mas feliz pra caramba!
Outra hora eu volto aqui e conto como foi.

Valeu @schoolofrock_sp

Photo dos meus troféus:


quinta-feira, maio 08, 2014

Ainda há esperança para a juventude - Parte III

4 anos! 4 anos! 4 anos!
Podemos dormir sossegados. O mundo tem salvação!

https://www.facebook.com/eduardabatera






Long Life Rock N Rol!!!

Ainda há esperança para a juventude Parte 1 -> Aqui
Ainda há esperança para a juventude Parte 2 -> Aqui