domingo, setembro 28, 2008

THE SISTERS
OF MERCY

Adrenochome!


E se passaram 16 anos.


16 anos atrás Tchello, Chris, Dubão e Ricardo não tinham idade para ficar depois das 22:00hs fora de casa. Mas ficavamos.
Isso não quer dizer que podiamos ir à um show.



Esse tempo passou. Cabelos cairam, barrigas cresceram, casamento, filhos, etc. E Andrew Eldritch vinha mais uma vez ao Brasil. Careca.



Conseguimos comprar os ingressos antes do show do Echo & The Bunnymen. Era um dos momentos mais importantes do rock internacional em terras tupiniquins. E quem diria, o show se daria na semana dos ataques do PCC em São Paulo. A preocupação era grande pois o caos do último final de semana ainda estava fresco em nossas mentes.



Como quase todo show, saimos com no máximo 30 minutos de antecedência. Era uma das maiores bandas do mundo, mas não era nenhuma Britney Spears para provocar algum tumulto. Realmente, não houve tumulto, apenas uma legião com vestes negras em uma fila que se estendia até a parte de trás do Via Funchal.


Por incrível que pareça, considerando o tamanho da fila, não demoramos muito para entrar. Encontramos o Fábio, um amigo que é fanático por Morrissey e é claro que esse encontro lhe poupou um pouco de lugares na fila.

Além do Chris que já estava dentro do Via Funchal desde às 20:00hs, tinha outra fanática, Veridiana estava no meio da multidão. O Sisters havia esgotado os ingressos e aquilo estava coberto por góticos e seus simpatizantes.

Quase dentro da casa, um promoter oferece um carimbo para ganhar um Martini grátis. Rapidamente, carimbamos nossas mãos e sem muita burocracia, entramos. Já passava das 22:00hs., mas o show ainda não tinha começado.


Para desespero do Dubão, aquele carimbo era apenas uma comprovação de que o portador era maior de idade. Furioso, Dubão disse: "Como é que pode ser verdade uma porra dessa? Me explica essa porra! Então não vou beber merda nenhuma". Mas depois ele bebeu. Ah, se bebeu...

Avistamos o Chris no camarote. Ele estava na borda e bem no centro. Uma visão perfeita.

Marcelo ainda encontra uma ex-colega de trabalho. Nunca trombamos com tantos conhecidos em um show.

Uns 10 ou 15 minutos depois da nossa entrada, as luzes se apagam e com o palco tomado pela fumaça, o show se inicia com "Crash and Burn". Já tinha ouvido mas era estranho ouvir Sisters sem baixo. O som era alucinante.


Uma das preferencias da casa, "Ribbons" tem uma força descomunal e foi seguida de mais três do álbum Vision Thing, "Doctor Jeep", a quase irreconhecível "Detonation Boulevard" e a pesada "When You Don't See Me".

Mesmo Andrew dizendo que nunca foi gótico, uma das provas do motivo do rótulo para a banda vem com "Flood I" do ábum Floodland e "Giving Ground" do EP Gift. "Summer" vem logo depois como novidade para muita gente.


Existem algumas causas para a maioria das pessoas não conhecerem algumas músicas. A banda gravou seu último álbum (Vision Thing) em 1990 e uma coletânea em 1992 com duas novas canções "Under The Gun" e uma nova versão para "Temple Of Love". Após isso, lançaram um projeto chamado SSV. Uma raridade que não condiz muito com o estilo Sisters de ser.
Depois disso, a banda continuou compondo, mas as músicas são lançadas apenas em shows.


Mesmo com o excesso de guitarras, "Dominion" é inconfundivel e a primeira grande explosão da platéia ocorre nesse momento. "Dominion" é de uma fase que o vocalista Andrew Eldritch tomou as rédeas da banda e os demais componentes formaram o Mission. O álbum Floodland é um tapa na cara de quem dizia que Andrew havia acabado com a alma do Sisters.


Sinto falta da Patricia Morrison no baixo...


Mais novas músicas são lançadas ao ar: "Slept" e a minha preferida da nova safra "Still". Talvez fosse proposital a execução de uma das mais velhas composições da banda, o hino "Alice" nos leva ao início da Era Dark juntamente com "Anaconda".


"Romeo Down" prepara terreno para a gótica e sussurrada "Never Land".


"We Are The Same, Susanne" espanta por ser tão parecida com a versão "original". Em todas as músicas, os caras tocaram de forma diferente. Mas, quem quiser ouvir tudo certinho, que ouça os discos.

"Will I Dream" precede a segunda explosão. "This Corrosion" inflama o Via Funchal e não existe ninguém parado.

Todas as músicas foram tocadas uma atrás da outra, quase sem intervalo. Aqui se encerra a primeira parte do show e logo entra o bis com a balada "Something Fast". A distorção lembra os irmãos Reid do Jesus & Mary Chain.

Incrível o quanto é bom ouvir as músicas do Floodland. "Lucretia" é responsável pela terceira explosão do público.

O primeiro bis se vai e logo vem o segungo com a nova "Top Night Out" e os caras
mandam o hino máximo dos Sisters: "Temple Of Love" causa a quarta e última explosão da platéia, fechando o show com um verdadeiro "Gran Finale".

Eldritch se empolgou e em alguns momentos percebe-se que tocou quitarra e diferente do que disseram por aí, não houve playback em nenhum momento.

Foi um show em que as palavras de Eldritch resumiram-se em uma frase "This is my favourite place on the planet", enquanto do som do Sisters Of Mercy mostrou que as Irmãs ainda fazem suas caridades para nós pobres mortais.


Ricardo Bunnyman tem 29 anos e acredita que existem heróis no mundo do Rock, mas sabe que existem aqueles que além de heróis, se tornam lendas.




Meu amigo-de-fé-irmão-camarada Bunnyman já disse aí em cima tudo sobre o show do Sisters. Eu faço algumas observações no geral:

Público – Eu já fui em show pra caramba. Não perco a oportunidade de detonar minhas costas e minhas garganta pulando e berrando em uma apresentação ao vivo, mas o do Sisters me surpreendeu, entre outras, pela quantidade de pessoas. Nunca imaginaria fila dobrando o quarteirão para ver uma banda que não lança nada de novo há anos...

Palco - Fumaça, sim havia muita fumaça... a impressão que se tinha é que perto do palco, podia-se cortá-la com a mão, tal a “densidade”. E o mais estranho, palco tinha uma estrutura montada parecida com, juro, andaimes de construção.... vai entender...

Telão - Pra quê?? A produção do show abriu mão da utilização dos telões, talvez com medo de que algum operador mal intencionado fizesse com que no dia seguinte o show estivesse sendo vendido a “deiz real” nos camelôs da cidade e na galeria do Rock.

A banda – Cansei de ver gente reclamando antes e depois do show na mídia eletrônica (email, orkut e afins) sobre a banda, o set list, a falta dessa ou daquela música. Cara, quem conhece a banda, já saiu dos anos 80 (infelizmente) e lê um pouquinho sabe que o Sisters não faria nada diferente do que foi feito. O Show foi bom sim! Faltaram clássicos?? Ah vá?? Não me diga!!! O Palco estava muito escuro e com fumaça?? Catzo, é o Sisters, não o Calypso! Andrew não falou nada?? Humpf... sabia que esse cara foi um adolescente daqueles que se trancam no quarto ?? Pois é... Eu acho que o Show foi bom, claro, sempre pode ser melhor, mas foi bem bom.

O Som – Considero o Via Funchal, uma das casas de shows em SP que tem o pior som... Então, nada mais a declarar.


Eu e “meus trutas” – Sim, ver Sisters Of Mercy ao lado de meus amigos-de-fé-irmãos-camaradas Dubão e Bunnyman não tem preço mesmo. Quantos “bodes” ao som de Sisters, quantas vezes em Gaivotas, balneário próximo a Peruíbe, ficávamos eu e Bunnyman “pescando otários” na porta da casa ouvindo “Lucretia”, “Dominion”(praia?? Pra quê?). Nesse show, pulamos e cantamos (berramos) de verdade. “Alice” (por sinal, nome da mãe-zaça do Bunnyman, e a música que o Dubão mais queria ouvir... Fizemos aquela coisa ridícula de se abraçar em pular em círculos... Cara, Ducaralho!!! Valeu Andrew!!!

Ah claro, não posso me esquecer do Mano Chris, que estava no camarote, e nos acompanhou lá de cima, fazendo reverência a banda que serviu como ponte de nossa amizade... afinal, naqueles tempos lá no colégio Radial, só eu, ele e a Die* sabíamos o quer era Sisters Of Mercy.

*Die – a pessoa que mais devia estar neste show. Die, eu e Bunnyman sentimos sua falta pra caramba lá. Lembramos que você falou comigo pela primeira vez, por causa da ponta da estrela do Sisters que estava aparecendo na camisa que eu usava por baixo em um desses dias no colégio Radial... Que encontramos com você no Hollywood Rock lotadaço no dia do show do Cure! Mas não esquenta, outras shows virão...


MM tem 28 anos e considera que musicalmente falando, já pode morrer. Já viu todas as bandas (das que estão em atividade) que queria ver. O Sisters Of Mercy era a última. O quer vier daqui pra frente é lucro...


Setlist


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